Índice de Progresso Social 2014

Índice de Progresso Social 2014

O Brasil foi considerado o país do BRICS (grupo composto também por Rússia, Índia, China e África do Sul) mais avançado socialmente, de acordo com a nova edição do Índice de Progresso Social (IPS), lançado globalmente. O Índice, construído pela instituição global sem fins lucrativos Social Progress Imperative, revela uma série de tendências, confirmando que crescimento econômico nem sempre resulta em progresso social.

Medindo os resultados do progresso social de um país, o Índice de Progresso Social 2014 – que classifica 132 países por seu desempenho social e ambiental – identifica os pontos fortes e fracos dos países a partir de um conjunto de informações e análises conduzidas para cada um deles. O Brasil ocupa a 46ª posição do ranking geral e na avaliação das três grandes categorias que compõem o Índice, o país obteve sua melhor colocação em “Oportunidade”, ficando na 36ª posição neste pilar e em 38º em “Fundamentos de bem-estar”. Porém, em “Necessidades Humanas Básicas” ficou apenas no 74º lugar, sendo que nesta última categoria ocupando posições baixas em cinco itens: segurança pessoal (122ª posição), terror político (107ª), quantidade de crimes violentos (103ª), mortes no transito (104ª) e taxa de homicídio (109ª).

Da mesma forma, o Brasil aparece como líder em seis índices avaliados dentro das três grandes categorias: mortes atribuídas às condições de poluição do ar interno, liberdade de culto, liberdade de movimento, liberdade de associação, assinaturas de telefonia móvel e matrícula em educação secundária. O país também aparece entre os 30 primeiros nos quesitos de taxa de utilização de anticoncepcionais (14ª), liberdades individuais (27ª) e número de universidades reconhecidas mundialmente (22ª).

No ranking geral, que consolida o desempenho dos países avaliados nas três principais categorias, o Brasil ficou à frente dos outros integrantes do grupo dos BRICS – Rússia (80ª), Índia (102ª), China (90ª) e África do Sul (69ª). Com exceção do Brasil, todos os países do BRIC apresentaram um baixo desempenho em progresso social, o que sugere, especialmente no caso de China e Índia, que o rápido crescimento econômico ainda não está se convertendo em melhoria de vida para os cidadãos.

O Índice de Progresso Social, criado por uma equipe comandada pelo professor Michael Porter, da Harvard Business School, é considerado complementar ao PIB (Produto Interno Bruto) e a outros indicadores econômicos no estabelecimento de uma compreensão mais holística do desempenho geral dos países.

“Até hoje, sempre se supôs que há uma relação direta entre crescimento econômico e bem-estar. No entanto, o Índice de Progresso Social mostra que nem todo crescimento econômico é igual. Embora um alto PIB per capita seja relacionado a progresso social, essa conexão está longe de ser automática. Com níveis similares de PIB, vemos que alguns países alcançam níveis de progresso social muito mais elevados que outros”, afirma Michael Porter.

“O avanço do progresso social exige um alinhamento entre as três categorias avaliadas. O Brasil, mesmo aparecendo como o líder em alguns quesitos, ainda precisa avançar para equalizar a sua colocação nos índices avaliados, principalmente na categoria de ‘necessidades humanas básicas’, no qual ele aparece com cinco quesitos abaixo da 100ª posição”, destaca Heloisa Helena Montes, sócia da Deloitte no Brasil e membro do comitê voltado a disseminar o Índice de Progresso Social no país.

Tendências globais

? O Índice de Progresso Social mostra, em alguns casos, uma ampla correlação positiva entre desempenho econômico (medido em PIB per capita) e progresso social. Países com rendimentos mais elevados tendem a desfrutar de maior progresso social: A Nova Zelândia (PIB per capita de US$ 25.858,00, convertidos em dólares internacionais – INT$) é a líder da nova edição do ranking, enquanto o Chade (PIB per capita de US$ 1.870,00) ocupa a última posição.

? Contudo, o Índice demonstra que apenas desempenho econômico não explica totalmente o progresso de um país. Com o maior PIB per capita do mundo, a Noruega (US$ 47.546,00) ocupa quinta posição no novo ranking, atrás da Nova Zelândia, cujo PIB per capita é quase a metade do norueguês. De forma similar, o Chade (US$ 1.870,00), na última posição do Índice, tem um PIB per capita muito maior que o da Libéria (US$ 560,00), que fica no 120º lugar do ranking. Esse padrão se repete em todos os níveis de desenvolvimento econômico: por exemplo, em detrimento de seu PIB per capita inferior, a Jamaica tem um desempenho melhor que o da China.

? A relação entre desenvolvimento econômico e progresso social muda com o aumento da renda.

? Em níveis mais baixos de renda, pequenas diferenças no PIB estão associadas a grandes diferenças no progresso social. Por exemplo, nas categorias “Água e Saneamento” e “Moradia”, há um salto enorme em bons resultados entre países de renda baixa e média.

? No entanto, à medida que os países galgam níveis mais altos de renda, os ganhos “fáceis” em progresso social decorrentes do desenvolvimento econômico parecem esgotar-se e uma continuação do crescimento econômico traz novos desafios sociais e ambientais. Por exemplo, na categoria “Sustentabilidade dos Ecossistemas”, que analisa indicadores como emissões de gases de efeito estufa, os países de alta renda se saem um pouco melhor que os de baixa renda. De fato, à medida que a economia de países de baixa renda cresce, eles podem esperar que a “Sustentabilidade dos Ecossistemas” piore antes de melhorar.

? Para países com rendimentos mais baixos, crescimento econômico não necessariamente implica um progresso social significativamente maior. Por exemplo, na categoria “Segurança Pessoal”, parece que só quando os países alcançam um nível de renda alto as taxas de homicídios, crimes violentos e mortes no trânsito se reduzem expressivamente; mas, ainda assim, há uma ampla variação entre esses países. Até então, as melhorias em “Segurança Pessoal” em países de renda baixa e média baixa permanecem persistentemente limitadas.
? Altos níveis de renda do PIB levam ao atendimento das “Necessidades Humanas Básicas”, mas não garantem “Oportunidades” para os cidadãos. Quando os países alcançam um nível de renda alto, geralmente têm melhorias acentuadas na categoria “Oportunidades”, que leva em consideração aspectos como “Direitos Pessoais” e “Tolerância e Inclusão”. Todavia, a disparidade na pontuação entre estes países de alta renda é muito maior que na categoria “Necessidades Humanas Básicas”, que avalia aspectos como “Água e Saneamento” e “Atendimento Médico Básico”, na qual todos os países de alta renda pontuam favoravelmente.
? Tendências globais: A maior parte dos países parece estar atendendo às necessidades básicas de seus cidadãos, e o mesmo se aplica a categorias como “Taxas de Matrícula em Educação” e “Taxa de Alfabetização Adulta”. No entanto, a maioria dos países tiveram pontuações baixas em categorias como “Acesso à Educação Superior” e “Sustentabilidade dos Ecossistemas”.

Principais colocações na nova edição do Índice de Progresso Social

Países que lideram o ranking e estão nas
últimas posições, além dos sul-americanos e dos BRICS

Nova Zelândia 26ª Uruguai 72ª Paraguai
Suíça 30ª Chile 80ª Rússia
Islândia 42ª Argentina 90ª China
Holanda 46ª Brasil 102ª Índia
Noruega 50ª Equador 127ª Angola
Suécia 52ª Colômbia 128ª Sudão
Canadá 55ª Peru 129ª Guiné
Finlândia 67ª Venezuela 130ª Burundi
Dinamarca 69ª África do Sul 131ª República Centro Africana
10ª Austrália 71ª Bolívia 132ª Chade

Países que lideram o ranking | Países que compõem o BRICS | Países da América do Sul | Países que aparecem nas últimas colocações
entre as 132 nações avaliadas

Uma importante ferramenta aos negócios

“O Índice de Progresso Social é o esforço mais inclusivo e ambicioso já realizado na tentativa de definir e medir o progresso social de forma abrangente. É uma nova ferramenta que nos permite obter um quadro mais completo do bem-estar de um país, enquanto sociedade, que pode ser comparado e avaliado em relação a seu desempenho econômico. Temos a esperança de que, assim como o PIB per capita é o indicador de fato do sucesso econômico, da mesma forma o Índice se tornará uma medida amplamente aceita do sucesso social e ambiental”, finaliza Porter.

“É uma grande honra para a Deloitte contribuir com os esforços em torno do Índice de Progresso Social no Brasil. As economias emergentes demandam novas formas de mensurar as suas métricas de desenvolvimento. Como brasileiro, eu fortemente acredito que o IPS é uma poderosa ferramenta de suporte aos negócios, autoridades governamentais e cidadãos na identificação de desafios e capturas de novas oportunidades para a criação de políticas sociais efetivas”, destaca Juarez Lopes de Araújo, presidente da Deloitte no Brasil.

Notas aos jornalistas

Resultados de 2014

O conjunto de dados completos e interativos está disponível em: http://www.socialprogressimperative.org/data/spi.

Sobre o grupo Social Progress Imperative

A missão do Social Progress Imperative é fazer avançar o bem-estar humano no mundo, combinando o desempenho social dos países e indicadores de capacidade com soluções orientadas que alcancem líderes empresariais e da sociedade civil, que, juntos, podem obter mudanças em larga escala. O Social Progress Imperative conta com o apoio financeiro de organizações como Cisco, Deloitte, Fundação Skoll, Compartamos Banco e Fundación Avina.

“Progresso social” é definido como a capacidade de uma sociedade atender às necessidades humanas básicas de seus cidadãos, estabelecer os componentes básicos que permitam aos cidadãos melhorar de vida e criar as condições para as pessoas e as comunidades atingirem seu pleno potencial.

Sobre a Deloitte

A Deloitte oferece serviços nas áreas de Auditoria, Consultoria, Consultoria Tributária, Financial Advisory e Outsourcing para clientes dos mais diversos setores. Com uma rede global de firmas-membro em mais de 150 países, a Deloitte reúne habilidades excepcionais e um profundo conhecimento local para ajudar seus clientes a alcançar o melhor desempenho, qualquer que seja o seu segmento ou região de atuação.

No Brasil, onde atua desde 1911, a Deloitte é uma das líderes de mercado e seus cerca de 5.000 profissionais são reconhecidos pela integridade, competência e habilidade em transformar seus conhecimentos em soluções para seus clientes. Suas operações cobrem todo o território nacional, com escritórios em São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Curitiba, Fortaleza, Joinville, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Recife, Ribeirão Preto e Salvador.

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