Avanço no conhecimento e conservação

Avanço no conhecimento e conservação

Avanço no conhecimento, oportunidade para a conservação

Por Cristiane de Moraes

Para embasar as suas atividades, assim como a de seus membros associados, a União para um BioComércio Ético (UEBT) – Associação internacional, sem fins lucrativos, que promove o “abastecimento com respeito”  de ingredientes originários da biodiversidade, fomentando a conservação, o respeito ao conhecimento tradicional e a repartição equitativa de benefícios ao longo de toda a cadeia produtiva -, em parceria com a IPSOS, realiza anualmente o seu Barômetro de Biodiversidade. O objetivo é mensurar o entendimento e a sensibilização sobre o tema biodiversidade em três importantes perspectivas: consumidor, empresas e mídia. A pesquisa deste ano ouviu 7.000 consumidores em 7 países (Brasil, Alemanha, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Japão e Reino Unido). Os resultados serão apresentados no Brasil neste mês de junho. E representam um bom indicador dos desafios e oportunidades sobre o tema na próxima década.

A edição 2011 mostra um cenário positivo quanto ao entendimento do consumidor brasileiro. Conforme a pesquisa, 93% dos entrevistados no País já ouviram falar sobre biodiversidade, enquanto mundialmente essa média é de 70%. Vale ressaltar que 41% deles sabem a definição exata do conceito biodiversidade.

O Brasil é, de fato, uma plataforma em biodiversidade, seja pela variedade de espécies que podemos encontrar no território nacional ou pela forma de obtenção e utilização delas pelas empresas aqui instaladas. De acordo com os resultados da pesquisa – que se repetem pelo segundo ano consecutivo -, podemos ainda afirmar que o País está na vanguarda do entendimento sobre o tema.

A biodiversidade deixa de ser vista de maneira alarmante pelas ameaças constantes em relação à sua conservação e passa a ser tratada de forma mais positiva, como observado por alguns especialistas. A visão positivista inspira mudanças na mobilização quanto à conservação e o uso sustentável da biodiversidade. Com isso ela passa a ser fonte e incentivo para a produção de ciência, tecnologia e inovação, o que permite a geração de riquezas para setores como cosméticos, farmacêutico, alimentício, dentre outros. Isso contribui para a preservação das espécies e melhoria na condição de vida das comunidades produtoras.

O mesmo tem sido constatado em alguns trabalhos realizados pela UEBT. Assim como o Brasil, a África é um continente riquíssimo em diversidade de espécies e o consumidor, quando questionado sobre o que o convenceria a comprar um produto com ingredientes nativos africanos, responde claramente que o abastecimento ético desses insumos e a melhoria de vida dos produtores seriam um motivador para a compra. Atualmente essa nova visão de mercado tem sido reconhecida como um potencial meio para aliviar a situação de pobreza de países como a África e também uma garantia de conservação da biodiversidade dos países.

A biodiversidade é destaque, ainda, junto às empresas operantes no Brasil. O interesse delas pelo tema conservação e uso sustentável é crescente e pode ser observado por meio de ações como o Movimento Empresarial pela Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade. O MEB reúne dezenas de empresas e organizações, dentre elas a UEBT, que declaram voluntariamente uma série de compromissos nesse sentido.

Nesse cenário positivo e desafiador – no qual o Brasil é considerado referência na transição da economia convencional para uma nova economia verde – temos a missão de reconhecer, facilitar e promover ações de biocomércio ético, proporcionando ao mercado uma visualização das empresas que atendem a esses princípios e critérios. E capitalizando os avanços no maior conhecimento do brasileiro sobre o tema em ação efetiva de conservação e valorização da biodiversidade.

Cristiane de Moraes é representante da Union for Ethical BioTrade (UEBT) no Brasil

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