Coragem para construir o futuro

Coragem para construir o futuro

Sustentabilidade: coragem para construir o futuro

Por Kami Saidi

“Pessoas – Planeta – Lucratividade”. Esse é o trinômio que está rapidamente se tornando o mantra do mundo dos negócios no século 21. Isso porque o desenvolvimento econômico que experimentamos se caracteriza pelo uso intensivo de matérias-primas e energia e, ainda, pela geração crescente de resíduos.

Nesse cenário, as lideranças são desafiadas a encontrar soluções e resolver questões não necessariamente relacionadas aos resultados dos negócios. A busca é pelo equilíbrio. A tendência – positiva – é, ao mesmo tempo, um convite à reflexão. Como líderes empresariais e gestores podem estabelecer melhor equilíbrio entre as necessidades das pessoas, planeta e lucro, no curto e longo prazos? Na verdade, não existem fórmulas prontas ou caminhos fáceis. Mas algumas respostas já se delineiam no horizonte.

Estudo divulgado pelo MIT Sloan Management Review, em colaboração com The Boston Consulting Group, demonstra que 60% das organizações aumentaram seus investimentos em ações sustentáveis. Isto é, buscando um mundo mais sustentável, um número crescente de companhias está começando a se mover em direção a um novo paradigma de negócios focado em criar um equilíbrio entre os fatores sociais (pessoas), ambientais (planeta) e econômicos (saúde das corporações).

Mais do que isso, hoje já é possível identificar alguns players diferenciados em seus mercados por incluir a sustentabilidade como estratégia de negócio. Empresas que estão adotando valores relacionados ao tema, princípios, estratégias e práticas e, literalmente, garantindo seu lugar no futuro.

Nesse cenário, uma empresa precisa conhecer sua rede de relacionamentos, mapear os impactos de suas atividades, definir uma diretriz de atuação e estruturar programas que envolvam toda a sua cadeia produtiva. Isso inclui desde a busca por fornecedores de produtos, serviços e soluções que reduzam o consumo de energia, desenvolvam matérias-primas sustentáveis e contem com processos de distribuição e logística reversa, até o processo de descarte correto do material e reciclagem, permitindo o reaproveitamento da matéria-prima recuperada.

Esse olhar mais direcionado das corporações envolve também atitudes corajosas e visionárias de seus líderes. Isso porque, muitas vezes, investir em um posicionamento ambientalmente responsável pode trazer um aparente desequilíbrio do fluxo de caixa. Aparente porque não se configura necessariamente verdade. É preciso envolver outros indicadores na “conta” para entender que investir no descarte correto, por exemplo, pode envolver custo superior para tratar a matéria-prima que retorna à produção. Porém, fechando o elo a operação tende a tornar-se sustentável também financeiramente.

Mesmo diante dessas idiossincrasias, a boa nova é que 52% das companhias estão trazendo a questão da sustentabilidade para sua agenda na decisão dos negócios, de acordo com estudos de mercado. Os impactos positivos também têm ganhado importância no valor das corporações. Basta seguir a movimentação do Dow Jones Sustainability Index ou do Indicador de Sustentabilidade Empresarial da BOVESPA, cujas carteiras consideram aspectos não financeiros para a sua composição e, por isso, munem o investidor de informações não tradicionais que impactam a longevidade dos negócios.

Para as empresas, trata-se de uma questão estratégica que irá moldar o futuro dos seus mercados. Por isso, suas decisões devem ser pautadas pelo senso dos negócios. O fundamental é definir qual será a proposta de valor da companhia e como a sustentabilidade se encaixa em seu modelo. O exercício é árduo, o movimento inevitável, mas os resultados são mais do que compensadores.

Kami Saidi é diretor de Operações e Sustentabilidade Ambiental da HP Brasil.

Inscreva-se em nossa newsletter e
receba tudo em primeira mão

Conteúdos relacionados

Entre em contato
1
Posso ajudar?