Matthias Stausberg

Matthias Stausberg

O futuro é agora

Por Cristina Tavelin

Ninguém melhor para analisar os desafios para as corporações depois da Rio+20 do que um representante do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU). Embora fisicamente distante do Rio de Janeiro, por conta da proximidade do nascimento de seu filho, Matthias Stausberg – porta-voz da organização com cerca de 8.700 empresas signatárias em 140 países – participou da organização e acompanhou os bastidores do Fórum de Sustentabilidade Corporativa – que antecedeu à conferência dos chefes de Estado – onde foram discutidos temas fundamentais para o setor privado nos próximos anos: desde transformações nas escolas de negócios até desenvolvimento de lideranças e novas plataformas colaborativas visando à busca de soluções globais para o enfrentamento das mudanças climáticas e escassez de recursos naturais.

Durante o encontro, centenas de experiências foram compartilhadas e compromissos assumidos. Muitos deles, com metas para os próximos anos. “Queremos que exista um acompanhamento, prazos claros, um relatório anual ou uma comunicação regular sobre o que as empresas estão fazendo. Esse é um ponto fundamental para que os compromissos sejam concretizados”, afirma o alemão, residente em Nova Iorque, que dá voz às conclusões do Pacto Global. Confira, por meio da visão de Stausberg, como a sustentabilidade deverá evoluir no setor privado a partir desse novo cenário pós-conferência.

Ideia Sustentável: Você poderia traçar um paralelo entre o documento oficial aprovado pelos chefes de Estado na Rio+20 e os resultados do Fórum de Sustentabilidade Corporativa?

Matthias Stausberg: O documento político final da Rio+20, mais do que nunca, atribui um papel muito importante ao setor privado na promoção do desenvolvimento sustentável. Comércio e indústria têm sido os principais atores desse processo político já há muito tempo. Mas, agora, vários pontos em todo o documento sublinham o papel das empresas na criação de uma economia global mais sustentável e no gerenciamento da transição para uma economia verde e mais inclusiva. Portanto, vemos que os governos reconhecem o papel que as empresas podem e devem ter em tudo isso.

Em relação ao Fórum de Sustentabilidade Corporativa, acredito que reconfirmou ou reforçou essa percepção, pois acabou sendo, na verdade, uma enorme vitrine de ações empresariais para o desenvolvimento sustentável com um grande número de compromissos, tanto em sentido global como no da própria rede, juntamente com um novo quadro de política corporativa e iniciativas. O evento realmente mostrou de uma forma muito impressionante que as empresas de todo o mundo estão percebendo as oportunidades apresentadas a elas pelo desenvolvimento sustentável. Normalmente estamos habituados a falar de sustentabilidade empresarial apenas pelo viés do risco; hoje, as empresas também podem trilhar o espaço das oportunidades. O encontro no Rio mostrou tanto que elas estão conscientes dos riscos e oportunidades como também prontas para seguir em frente; que estão promovendo uma série de inovações, fazendo a diferença, mas também que precisamos de uma escala maior e mais ampla, a fim de realmente causarmos impacto.

De certa forma, o Fórum preparou o caminho para que, no futuro, possa haver muito mais colaboração. As primeiras sementes foram plantadas com algumas dessas ações coletivas apresentadas. Mas também são necessários sinais políticos mais efetivos.

IS: É possível dizer que a ação vigorosa do setor privado, com centenas de empresas assumindo compromissos, está ligada a essa percepção das oportunidades e riscos?

MS: Sim, sem dúvida! Ao visitar nosso site, pode-se verificar os compromissos individuais. Muitas empresas os estão firmando porque enxergam o espaço de oportunidade: há um mercado para modelos de negócios mais sustentáveis. E é sobre isso que realmente estamos falando: os compromissos surgem de modelos de negócio mais sustentáveis. Assim, as empresas passam a entender o espaço de oportunidades mas também os riscos dos modelos de negócios insustentáveis. Se olharmos o compromisso da rede brasileira do Pacto Global, veremos algo muito abrangente para o desenvolvimento de uma economia mais verde e inclusiva. Não se trata de algo apenas “filantrópico”, para mudar a percepção pública de que não estão fazendo o suficiente. Muitos desses desafios são orientados por um pensamento de negócios claro de que existe um argumento comercial para a promoção do desenvolvimento sustentável.

IS: No seu ponto de vista, porque o mesmo não ocorreu em relação aos governos? É mais difícil para eles firmarem compromissos?

MS: Estamos acostumados a nos queixar da orientação de curto prazo das empresas, por exemplo, no contexto da crise financeira e da recessão; costumamos dizer que essa obsessão está causando todos esses problemas. No entanto, as empresas não são as únicas movidas por esse pensamento; os governos também se orientam pelo curto prazo e, no final das contas, a política cuida de questões locais. Num ano com várias eleições em todo o mundo e mudanças políticas importantes ocorrendo em países-chave, talvez não se conseguisse, mesmo, o tipo de declaração política ousada que se esperava, porque os governos são movidos por considerações de ordem local e por seus ciclos eleitorais. Assim, fica muito difícil atingir um consenso político e gerar compromissos muito ousados. Ainda assim, estou muito esperançoso, porque o processo marca o início de uma viagem: em combinação, ao vermos o todo como a soma de suas partes, surgirão ações políticas e do setor privado, a inclusão da sociedade civil e, com isso, temos um horizonte, uma linha do tempo seguindo em direção ao desenvolvimento sustentável, incluindo algo que poderá se concretizar como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Acho que estamos seguindo uma boa trajetória. Esperávamos mais? Claro! Mas acho que as empresas estão realmente se envolvendo e isso me dá muita esperança.

IS: Você poderia mencionar compromissos que considera mais relevantes para a integração da sustentabilidade ao núcleo da gestão das empresas?

MS: Existem compromissos que têm impacto fundamental sobre administração, estratégias e operação corporativas. E esses são os que estamos buscando: ambiciosos e que exigem importantes mudanças estratégicas, não apenas um investimento qualquer. Vimos alguns exemplos, como o objetivo da Nike em atingir descarga zero de produtos químicos perigosos em sua cadeia de abastecimento até 2020; ou o anúncio da Microsoft em obter neutralidade de carbono, nesse caso, mediante ações de compensação. Temos ainda os investidores fazendo declarações contábeis do capital natural, apreciando os custos desse capital nos negócios e descobrindo como poderiam ser melhor contabilizados. Tais compromissos são extremamente importantes. Acho muito difícil pensar em destaques individuais, porque muitos são realmente bons; mas a mensagem geral, para mim, é que estamos à procura de compromissos baseados em uma decisão fundamental e estratégica das empresas para mudarem seus caminhos. E há um bom número delas tomando essa posição.

IS: Quais os principais desafios das empresas para cumprirem esses compromissos? Acredita que elas estão preparadas para as obrigações assumidas na Rio+20?

MS: Como qualquer tipo de compromisso, a questão é sempre o cumprimento do contrato. E é por isso que, desde nosso anúncio sobre os compromissos assumidos pelas empresas durante o Fórum de Sustentabilidade Corporativa, deixamos muito bem claro que certas condições devem ser satisfeitas em relação ao que se assume: promovem um ou mais objetivos ou questões da ONU? Incluem, e isso é muito importante, metas com limite de tempo que podem ser medidas, isto é, trata-se de um compromisso mensurável? As empresas farão divulgações públicas em uma base regular, informando seu progresso no sentido do cumprimento desses compromissos? Assim, esses são os desafios que as empresas enfrentarão, porque é muito fácil firmar um compromisso, mas cumpri-lo é o verdadeiro desafio e pode ser afetado por uma série de questões: como o mercado vai evoluir? As forças de mercado irão fazer com que as companhias mais uma vez se voltem para o pensamento de curto prazo e para a maximização dos lucros sem qualquer preocupação com a sustentabilidade de longo prazo? Assim, existem externalidades que podem afetar os compromissos; mas fomos muito claros, desde o início, indicando que não queríamos que se tratasse apenas uma declaração de intenções. Esperamos que haja um acompanhamento, prazos claros e solicitamos um relatório anual ou uma comunicação regular sobre o que as corporações estão fazendo para o cumprimento dos contratos – algo fundamental para que os compromissos sejam concretizados.

IS: Existem setores particularmente mais engajados na adoção da gestão sustentável?

MS: Evito destacar um determinado setor, porque em qualquer um há os líderes e os atrasados. O que faria toda a diferença seriam as ações coletivas para estimular setores individuais. Alguns introduziram códigos de conduta ou certificações e selos, por exemplo. Então, quanto mais ação coletiva em um setor ou nível, melhor! Mas é difícil, no momento, identificar um que realmente esteja acima dos outros.

IS: Na sua opinião, quais setores deveriam engajar-se prioritariamente em direção à sustentabilidade? Quero dizer aquele tipo de setor que, por ser tão importante, causa a paralisia dos outros caso não se mova, como o de energia, por exemplo.

MS: Ao observar o universo dos setores industriais, existem alguns que, obviamente, têm maior impacto do que outros nas questões do desenvolvimento sustentável e da economia verde. Então, é claro que o de energia, mineração e metal, o químico, de manufatura e alguns outros podem talvez internalizar mais desafios do que, digamos, o setor de software ou de serviços. É importante entender qual o tipo de impacto de cada um e, em seguida, notar, realisticamente, quais políticas e práticas causariam uma real virada do jogo e ajudariam a fazer a diferença; e, além disso, quais tipos de compromissos precisaríamos cobrar desses setores. Acreditamos fortemente que, no final das contas, é preciso mais ação coletiva: boas práticas individuais, sem dúvida; mas, setorialmente, precisamos de ação coletiva, empresas unindo forças para realmente fazerem a diferença setorial e também globalmente. É por isso que estamos felizes, por exemplo, com a declaração das empresas brasileiras: mais de 200 assinaram uma carta sobre contribuições de negócios para a promoção de uma economia mais verde e inclusiva. Esse é o tipo de ação coletiva de que precisamos, e espero que outros países sigam esse exemplo.

IS: A crise econômica europeia pode dificultar a realização dos objetivos de sustentabilidade ou você acredita que as empresas estão maduras para enxergar as vantagens econômicas de uma gestão sustentável e, por isso, a crise não seria tão decisiva?

MS: Retomo algo que mencionei anteriormente de forma breve: qualquer crise econômica é, de alguma forma, um teste de sinceridade do compromisso com o desenvolvimento sustentável e com a sustentabilidade corporativa, porque mostra quais empresas só estão interessadas em maximização do lucro no curto prazo e quais têm uma visão estratégica baseada na compreensão de que melhores práticas são boas também para a sustentabilidade de longo prazo de seus negócios. Mas não estamos falando de coisas realizáveis em um, dois ou cinco anos. E então, muitas vezes, as companhias agem com base em um horizonte muito curto. Isso talvez também esteja ligado ao fato de que os cargos de liderança são voláteis e as pessoas não são necessárias por mais de cinco anos. Já os compromissos reais e os benefícios de uma gestão mais sustentável darão resultados ao longo de uma trajetória muito mais extensa, num prazo talvez de cinco, dez ou vinte anos, porque algumas dessas mudanças são tão significativas, assim como alguns dos objetivos estratégicos e operacionais, que exigem um sério adiantamento de investimento. Porém, não há retorno em poucos anos. Mas, além do retorno sobre esse tipo de investimento, existem outros benefícios intangíveis da gestão sustentável que podem ser conquistados de imediato: por exemplo, o ganho em reputação. Os compromissos ambiciosos e a manutenção e cumprimento deles, acredito, são fatores importantes de influência da reputação positiva de uma empresa; e, quando digo reputação positiva, estou falando de respostas ou reações do consumidor, mas também das comunidades, pois estamos construindo confiança nas sociedades locais. Esses são todos benefícios bem intangíveis, mas acredito que várias empresas que investem em gestão sustentável, além de já terem visto os resultados financeiros, estão começando a colher alguns, intangíveis, em termos de gestão de reputação e reconstrução da confiança.

IS: Qual sua opinião sobre o papel dos líderes na transição das empresas para a gestão sustentável? Falo de dizer líderes em todos os escalões da empresa.

MS: Me parece que qualquer compromisso com a sustentabilidade corporativa e o desenvolvimento sustentável, se levado a sério, pode provocar uma transformação muito profunda e fundamental das operações empresariais (estratégia é uma operação); isso não é algo que pode ser conduzido pela administração intermediária (gerência de segundo escalão): exige visão e compromisso da alta liderança. Por esse motivo, sempre dissemos que a liderança do mais alto escalão, o envolvimento do Conselho e diretivas estratégicas claras que vêm do mais alto nível da empresa são absolutamente essenciais. Precisamos de mais líderes, de visionários, e que esses líderes e visionários, em seguida, convençam e conquistem seus pares, seus funcionários, seus clientes e outras pessoas a fazerem o mesmo. Mas o compromisso da liderança com a sustentabilidade é absolutamente essencial para que haja qualquer tipo de progresso.

IS: Como as habilidades do líder em sustentabilidade podem ser desenvolvidas e quem deve ser o responsável por isso: as empresas, as escolas de negócios? Por onde devemos começar?

MS: Acho que há muitos mecanismos para isso. Mencionou-se a escola de negócios e, naturalmente, o mundo acadêmico desempenha um papel fundamental. Nós, na ONU, temos os Princípios para Educação em Gestão Responsável para ajudar as escolas de negócios a adaptarem seus currículos, tornando a sustentabilidade corporativa um exercício transversal, entendendo o que é importante e – como elas próprias manifestaram de maneira bem simpática durante encontro no Fórum Corporativo – não apenas para desejarem ser as melhores escolas de negócios do mundo, mas também aspirar a ser as melhores para o mundo; e isso requer uma série de mudanças nos currículos, verdadeiramente, e um enraizamento profundo dos princípios de sustentabilidade e de seus fundamentos centrais. Mas precisa acontecer agora, pois levará um tempo até que realmente isso atinja todo o sistema de educação em gestão. Essa é apenas uma das maneiras pelas quais podemos influenciar os líderes empresariais. Acho que há também um tipo de qualidade de liderança que se reforça mutuamente, já que alguns líderes adeptos do pensamento mais sustentável influenciam seus pares, e esses, por sua vez, influenciam os demais. Existem também forças de mercado que podem ajudar a mudar a mentalidade, sobretudo quando se trata de consumo e consumidores. Consumidores exigindo produtos e serviços mais sustentáveis também podem levar a uma mudança de pensamento. Então, o que ocorre é uma confluência de diversos fatores; creio que isso conduzirá e, assim esperamos, aumentará a liderança para a sustentabilidade ao longo do tempo.

IS: A participação da sociedade civil também é muito importante.  A quem cabe o papel de envolvê-la: às empresas, aos governos ou ela deve engajar-se por si mesma nas discussões?

MS: Acho que está absolutamente claro que a sociedade civil é parte integrante da discussão e também um importante parceiro, pois as empresas não conseguem fazer nada sozinhas. A razão para isso é que simplesmente elas não têm capacidade para tanto. Elas sabem como gerir seus negócios e como executar uma determinada operação em seu setor específico, mas podem não estar suficientemente conscientes de determinados riscos, oportunidades, do impacto ambiental de suas operações ou ainda de como podem contribuir para violações de direitos humanos ou padrões de trabalho ruins, ou sobre como há uma interação entre a maneira como conduzem seus negócios e a corrupção, por exemplo. Então, muitas vezes essas são questões que levam as organizações da sociedade civil a subir no palaque e reivindicar. Portanto, precisamos de muito mais parcerias entre as empresas e a sociedade civil para enfrentar e resolver os desafios globais; por isso também necessitamos de uma mudança de relacionamento que nos tire do confronto e leve à parceria e colaboração. Muito disso tem acontecido nos últimos 10, 12 anos. E acho muito positivo e encorajador. Isso não quer dizer que não precisamos também da sociedade civil como um “cão de guarda”, um observador crítico, porque esse é outro papel importante das organizações da sociedade civil: elas precisam nos lembrar dos marginalizados, de seus direitos e das nossas responsabilidades. Assim, desempenham papéis muito importantes: cães de guarda, por um lado, defensoras, por outro, mas também cada vez mais parceiras, consultoras e conselheiras de negócios.

IS: Ainda sobre parcerias, apesar da boa atuação do setor privado na Rio+20, aparentemente o poder de influenciar as decisões políticas e a construção de políticas sociais mais sustentáveis não se dá no ritmo de mudanças que o planeta necessita. O que está faltando para fortalecer essas parcerias?

MS: Acredito que é preciso haver movimento em ambas as extremidades desse debate ou relacionamento, de regras e compromissos políticos mais fortes e também que as empresas realmente atinjam uma escala máxima. Portanto, as empresas devem se apresentar em números muito maiores e isso reflete aquilo que eu disse anteriormente sobre as ações coletivas e setores da indústria e sobre compromissos coletivos e parcerias públicas. O Pacto Global em si é uma parceria público-privada muito inovadora e um bom exemplo de plataforma que reúne as empresas com os demais stakeholders para alcançar escala em sua maneira de abordar as questões críticas; precisamos mais desse tipo de iniciativa, em maior escala, e esse é um componente importante de todo o debate da sustentabilidade corporativa. Uma coisa é quando as empresas realizam boas ações sustentáveis; mas isso nem sempre significa que estejam fazendo menos do que é insustentável. Essa é uma distinção muito importante! Por isso, precisamos nos movimentar para um espaço onde consigamos realmente abordar tais desafios difíceis: descobrir o que ainda é insustentável. Um tema que realmente devemos enfrentar que é a questão do lobby, pois, muitas vezes, as empresas firmam compromissos públicos ambiciosos, de um lado, mas ao mesmo tempo fazem lobby com o governo e organizações internacionais contra uma regulamentação eficaz, por exemplo. Acabar de vez com as atividades do lobby insustentável, que mina o progresso do desenvolvimento sustentável, será o desafio crucial do futuro.

IS: Qual o balanço geral da Rio+20 e as tendências para as empresas nos próximos anos para que consigam cumprir os compromissos efetuados na conferência, como, por exemplo, a precificação dos ecossistemas?

MS: A Rio+20 demonstrou de uma forma muito impressionante que o papel do setor privado na promoção do desenvolvimento sustentável é fundamental para um progresso real. E as empresas de todo o mundo têm se comprometido em mostrar e demonstrar como isso pode ser feito. Mas há duas ressalvas: precisamos de mais escala, de mais empresas a bordo, e de compromissos reais com o desenvolvimento sustentável. Também é imprescindível que os governos aceitem a responsabilidade e assumam compromissos políticos, criando um ambiente positivo. Acredito que essas ações ou condições são essenciais para que o progresso ocorra. Olhando para o futuro, no que diz respeito às tendências, é muito encorajador ver que as corporações estão começando a prestar atenção ao capital natural, por exemplo, e às formas como estamos consumindo tais ativos, como os estamos usando e o modo como não os contabilizamos de maneira satisfatória em nossas operações de negócios. Acredito que esse será um desafio muito crítico para o futuro.

Outro desafio, como já disse, é a questão do estímulo às ações coletivas. E também, especialmente conforme surge uma nova classe média nos países mais desenvolvidos e mais pessoas saem da pobreza, o papel do consumidor na condução das práticas de negócios sustentáveis será muito mais preponderante. Isso já acontece em muitos países desenvolvidos, onde há uma classe emergente de consumidores responsáveis com expectativas claras por produtos e serviços mais sustentáveis. Mas acho que, com a ajuda das várias economias em transição – e o Brasil é um excelente exemplo -, o papel dos consumidores na condução da sustentabilidade será muito valorizado nos próximos anos.

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