John Elkington

John Elkington

Entrevista com John Elkington, diretor da Volans e cofundador da SustainAbility
Por Rafael Morais Chiaravalloti
Ideia Sustentável – Em que ponto estamos na discussão sobre liderança sustentável?
John Elkington – A reposta depende para quem se pergunta. Quando a Accenture e o Pacto Global da ONU perguntaram recentemente para 706 CEOs ao redor do mundo, 93% deles disseram que sustentabilidade é uma questão crítica para as suas empresas, 88% afirmaram que vão iniciar ações pensando em toda a cadeia produtiva – e não menos que 81% alegaram já ter “incorporado” a sustentabilidade em suas organizações. Francamente, penso que isso não faz sentido. Esses números mostram que para muitos executivos a agenda está realmente chegando – e com implicações significativas no modo com que suas empresas fazem negócio. Minha visão pessoal é que há um número crescente de empresas e líderes começando a entender as mudanças nas regras do jogo, embora ainda estejam jogando com as regras antigas.
IS – Porque a liderança em sustentabilidade é um tema importante hoje?
Elkington – Em 2012, assistiremos a uma série de grandes acontecimentos, incluindo o vigésimo aniversário da Conferência das Nações Unidas no Rio de Janeiro (Rio-92 ou Eco-92) e o vigésimo quinto aniversário do Relatório do Comitê de Brundtland, eventos que foram a base para uma agenda mundial pelo desenvolvimento sustentável. Existe um risco real de que muitos políticos e líderes corporativos sentem-se à mesa das discussões com um modo de pensar já moldado, confiantes de que estão no caminho certo. Mas o fato incômodo é que a sustentabilidade requer mais do que apenas cidadania, responsabilidade e governança coorporativa. Exige mudanças transformadoras nos modelos de negócio. E isso é algo que mais de 90% dos CEOs ainda não entenderam.

IS – Que competência você considera mais importante para um líder em sustentabilidade?

Elkington – Um talento crucial é reconhecer que nem eles nem suas organizações têm todas as respostas e que, portanto, precisam buscar apoio nos que possuem a melhor visão sobre onde o futuro poderá levá-los.
Elkington – Esta é uma pergunta difícil de responder. Depende das demandas, do setor e da geografia. O cenário é ainda mais confuso graças ao fato de que há companhias que estão sob ataque em algumas questões e, ao mesmo tempo, fazem um bom trabalho em outras.  Veja o caso do banco inglês Barclays. Atualmente está sendo criticado por pagar impostos muito baixos em relação aos enormes bônus destinados aos seus diretores. Acaba de ser publicado um relatório sobre o financiamento da economia de baixo carbono, com projeções de que precisaríamos de capital de € 2,9 trilhões, até 2020. Há a necessidade de maior pressão dos governos e do mercado financeiro para assegurar que fundos suficientes estarão disponíveis para as pessoas certas no momento certo. Os bancos, de modo geral, têm pontos negativos. No entanto, eles são muito importantes no esforço de pressionar por ações que levem a uma economia de baixo carbono – mesmo que seja no longo prazo.

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