Escolas de Líderes Sustentáveis

Escolas de Líderes Sustentáveis

Escolas de Líderes Sustentáveis – Como empresas estão envolvendo e educando líderes para a sustentabilidade (Editora Campus Elsevier) divide-se em duas partes.  A parte 1, A educação empresarial de líderes sustentáveis: contexto, dilemas e desafios, reúne um conjunto de reflexões cujo objetivo é apresentar ao leitor como as escolas de negócio estão desenvolvendo, hoje, as competências de um líder capaz de gerar valor sustentável para empresas e promover a transição para uma economia verde. Também trata de como deveriam fazê-lo, considerando conceitos como a transdisciplinaridade, o pensamento sistêmico, o aprender a ser, a educação experiencial.

Com o apoio de pensadores provocativos como Edgar Morin, Peter Senge e Otto Scharmer, e também de recomendações contidas em documentos internacionais importantes, como a Agenda 50+20, defende a ideia de que essas escolas – e também os programas de treinamento corporativo – devem se submeter a um processo de reconcepção, revisão profunda de valores, propósitos, práticas e projeto pedagógico.

A parte 2, Como as empresas estão educando os seus líderes para a sustentabilidade, registra, por sua vez, as “conversas” com 10 presidentes entrevistados na segunda etapa da Plataforma Liderança Sustentável. A seleção desses presidentes, vale dizer, observou um processo rigoroso de consulta a 70 especialistas em sustentabilidade empresarial e, posteriormente, uma investigação minuciosa com base em documentos e entrevistas.

Após análise do conjunto de entrevistas feitas com os presidentes  de AES Brasil, BASF, Braskem, HP, IBM, Masisa, Natura, PepsiCo, Sebrae  e Whirlpool, foi possível observar cinco estratégias de ação. Para uma melhor compreensão, elas podem ser correlacionadas com os cinco tipos fundamentais de educação propostos no Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, denominado “Educação: um Tesouro a Descobrir” (1996): aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver, aprender a ser e aprender a aprender. As cinco estratégias são:

(1) Oferta de programas de educação corporativa que visam ampliar o repertório de líderes e colaboradores: insere-se na dimensão do “aprender a conhecer”, que significa fornecer instrumentos para que os indivíduos dominem o conceito de sustentabilidade, saibam como ele se aplica à realidade da empresa e à vida de cada um, e formem o seu pensamento crítico; e também na dimensão do “aprender a aprender,” na medida em que incentivam os aprendizes a descobrir, de modo autônomo, novos caminhos de conhecimento;

(2) Iniciativas estruturadas de desenvolvimento de valores e autodesenvolvimento: enquadra-se  nas esferas do “aprender a ser” e do “aprender a conviver”, que se baseiam no campo das atitudes e valores. No primeiro caso, destinam-se a formar indivíduos autônomos, mentalmente saudáveis, intelectualmente ativos, capazes de estabelecer relações interpessoais e de evoluir permanentemente. No segundo caso, objetivam preparar pessoas mais tolerantes, receptivas e empáticas, capazes de respeitar o outro, de contribuir para o desenvolvimento da comunidade próxima ou global;

(3) On the job, isto é, a prática de desenvolver-se no trabalho, construindo respostas práticas para perguntas geradas no embate da difícil conciliação entre o pilar econômico, o social e o ambiental — inscreve-se, portanto, na dimensão do “aprender a fazer”;

(4) Condicionamento da recompensa (via remuneração variável) ao cumprimento equilibrado das metas financeiras, sociais e ambientais: esta costuma ser uma forma eficiente de envolver colaboradores numa empresa, porque se baseia no fato de que as pessoas adotam comportamentos proativos quando recebem uma compensação financeira. Insere-se também na dimensão do “aprender a fazer”;

(5) Criação de instâncias internas (comitês e plataformas): servem para pautar cotidianamente a sustentabilidade. Mantêm as pessoas conectadas com os seus desafios, pois colocam líderes e colaboradores para discutir o conceito, propondo uma interação baseada no enfrentamento de questões práticas do negócio. Inclui-se nas dimensões do “aprender a conhecer” e do “aprender a fazer.”

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