Especial – A distância entre uma boa solução e uma tecnologia social

Especial – A distância entre uma boa solução e uma tecnologia social

Segundo o IBGE, o terceiro setor brasileiro possui cerca de 276 mil organizações, com 1,5 milhão de trabalhadores e algo em torno de 20 milhões de voluntários. Em sua maioria minúsculas (77% não têm sequer um empregado), elas nascem quase sempre da indignação, do interesse de participação social e do impulso de indivíduos na busca de solução para um determinado problema social. Como são gestadas no interior de comunidades, com poucos recursos financeiros, e por iniciativa cidadã de pessoas que conhecem de perto as necessidades que querem atender, suas soluções tendem a ser boas idéias e também de baixo custo. Mas nem sempre tão aplicáveis ou efetivas, em grande medida por causa de dificuldades comuns de planejamento, avaliação, captação e gestão de recursos. Na maioria das vezes, atingem um grupo limitado de pessoas de uma localidade, uma pequena fração daqueles que, potencialmente, poderiam se beneficiar daquele tipo de solução.
Nenhum especialista da área duvida de que, apesar das limitações de porte e alcance, essas organizações têm feito a sua parte na melhoria do IDH – Índice de Desenvolvimento Humano brasileiro. Mas há quem acredite – e não são poucos – que o impacto global de sua atuação poderia ser consideravelmente maior se o terceiro setor atuasse integrado como uma grande rede. E se as suas instituições fossem percebidas pelas diferentes esferas de governo como parceiras preferenciais no desenvolvimento e execução de políticas públicas.
São vários os argumentos de quem defende essa tese. Para o objetivo desta reportagem, vale destacar apenas um deles: qualquer que seja a solução para algum dos nossos problemas sociais, antigos ou recentes, muito provavelmente ela já tenha sido elaborada, desenvolvida e testada por uma organização social em algum canto do País. Não há, portanto, nenhuma razão para reinventar boas práticas. Cada vez mais estudiosos do tema concordam que o mais sensato a fazer é dar visibilidade pública às existentes, compartilhar o conhecimento que está por trás de sua criação e ampliar o alcance de seus resultados para que excedam os limites de uma comunidade restrita. Os governos, nesse sentido, têm papel fundamental. Se forem mais atentos e sensíveis, podem identificar as práticas exitosas, valorizá-las e conferir-lhes a escala necessária.
É justamente a possibilidade de fazer diferença em grande escala que distingue uma boa idéia de uma tecnologia social. “Tecnologia social é um conceito que engloba técnicas, produtos e metodologias com potencial para serem reaplicáveis, elaboradas a partir da interação com uma comunidade e que representam soluções efetivas de transformação social”, ensina Luis Fumio Iwata, responsável por Tecnologia Social da Fundação Banco do Brasil (FBB).
Com baixo custo (menos de R$ 1 por pessoa), uso prático, resultados evidentes, e aplicação em qualquer lugar do Brasil e do mundo, a multimistura é um exemplo clássico de tecnologia social. Desenvolvida pela médica nutróloga Clara Takaki Brandão, adaptada e difundida pela pediatra e sanitarista Zilda Arns Neumann, da Pastoral da Criança, a farinha feita à base de casca de ovos e farelos ganhou a escala necessária quando passou a ser distribuída em algumas comunidades com elevados índices de desnutrição e mortalidade infantis. Hoje é uma política pública de segurança alimentar em diversas regiões do país. Sua aplicação tem sido invariavelmente associada á queda dos índices de desnutrição no Brasil.
Mas, afinal de contas, o que uma boa idéia precisa ter para ser uma tecnologia social e se transformar, assim como a multimistura, em uma política pública importante? Essa é uma questão cada dia mais comum entre líderes de terceiro setor interessados em ampliar o impacto e tornar mais eficazes suas práticas. Para respondê-la, Idéiasocial entrevistou os especialistas Iwata, da Fundação Banco do Brasil, e Larissa Barros, secretária executiva da Rede de Tecnologia Social. Propôs aos dois analisarem as boas soluções sociais propostas por seis organizações de terceiro setor do país, avaliando até que ponto, a partir dos elementos distintivos do conceito, elas podem ou não ser consideradas tecnologias sociais.
Tecnologia social: um produto, uma técnica ou uma metodologia apara apropriação coletiva

Para a socióloga Larissa Barros, tecnologia social não precisa ser necessariamente um produto, como a multimistura, ou ainda uma técnica específica, como são as cisternas. “Ela pode ser, por exemplo, uma metodologia destinada a disseminar soluções para problemas relacionados à alimentação, educação, habitação, renda, saúde e direitos de cidadania, entre outros”, afirma. É exatamente este o caso das organizações apresentadas na segunda parte desta matéria: Escola Ambulante, TV Janela, Direito de Crescer, Prosa Rural, Pedagogia de Roda e Conexão dos Saberes.
O que distingue a tecnologia social da convencional é o fato de que ela se apóia no desenvolvimento de uma boa idéia de solução social, e considera a participação coletiva em seu processo de organização, planejamento e implementação. Pode nascer de um saber popular, caso, por exemplo, das benzedeiras do projeto Soros, Raízes e Rezas, que aplicam o soro caseiro enquanto rezam pela cura das crianças, ou de um conhecimento técnico-científico, como a organização de uma cooperativa de catadores e recicladores de papel. “Importa que seja efetiva, isto é, após previamente testada, tenha alcançado o objetivo que se dispôs a cumprir. E também que seja reaplicável em diferentes regiões, com as adaptações necessárias, propiciando desenvolvimento social em grande escala”, completa.
A transparência nas ações e propostas é fundamental. Assim como o envolvimento do maior número possível de pessoas – beneficiários diretos e indiretos e suas comunidades. Afinal, um dos objetivos centrais da tecnologia social é a sua rápida apropriação coletiva, tarefa para a qual precisa fazer com que o seu passo-a-passo seja conhecido por todos os interessados e, com o tempo, torne-se de domínio público. “Na tecnologia social, os procedimentos devem estar ligados às formas de organização coletiva. Sem isso, não produzirão resultados positivos em escala para a melhora na qualidade de vida e inclusão social”, afirma Larissa.
Para promover o impacto necessário, uma tecnologia social precisa ser um produto, uma técnica ou um método simples de compreender e fácil de aplicar pelas pessoas de uma comunidade. Quanto mais possibilidade de adaptações às singularidades locais, melhores tendem a ser os seus benefícios. Quanto menos investimento financeiro exigir, mais rapidamente gerará as mudanças desejadas. Na avaliação dos dois especialistas ouvidos por Idéiasocial, o processo deve permitir ainda o monitoramento e a avaliação dos resultados. A base para o seu êxito está também na cooperação entre setores e na sintonia com políticas públicas. “A aplicação da tecnologia social pressupõe uma atuação conjunta e cooperada entre poder público, sociedade e organizações”, complementa a socióloga. “Se ocorre isoladamente, favorecendo apenas uma pequena parcela da comunidade de uma determinada região carente, não é tecnologia social. É projeto pontual”, completa Iwata.
Com a experiência de quem está habituado a selecionar soluções para o banco de Tecnologias Sociais que a Fundação Banco do Brasil criou e mantém, Iwata ensina: “Para que sua solução faça diferença e transforme realidades, a organização proponente precisa ter recursos humanos, financeiros e, em alguns casos, tecnológicos. Do contrário, nada acontecerá. Determinação para superar desafios e fazer o projeto decolar é um outro aspecto muito importante.”
Na opinião de Larissa, ao desenvolver uma tecnologia social, a organização deve assumir o compromisso de divulgá-la a quem quer que possa interessar ou beneficiar. “É primordial, portanto, que seus criadores realizem um bom planejamento, coloquem o projeto em teste, chequem os resultados e, estando de acordo com a proposta inicial, abandonem qualquer apego autoral do tipo ‘o projeto é meu’, dispondo-se a transcrever a metodologia aplicada, em linguagem clara e objetiva, de forma a permitir sua reaplicação”, explica. Veja a seguir seis casos de tecnologias sociais propostas por organizações de terceiro setor de São Paulo, Ceará, Mato Grosso do Sul, Brasília, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Caso 1: Escola Ambulante: fácil reaplicação e custo moderado

Retirar crianças e adolescentes das ruas do centro da cidade e devolvê-los às suas famílias e à escola é o objetivo do projeto Escola Ambulante, criado pela Associação Beneficente Santa Fé, de São Paulo “Procuramos compreender o universo no qual esses jovens estão inseridos e, aos poucos, nos aproximar deles, de forma a conhecê-los individualmente, fazendo com que se sintam únicos e respeitados, independentemente de sua história, vivências, medos e expectativas. A partir dessa abordagem, traçamos um plano de ação para tentar reinseri-los à sociedade, levá-los de volta para casa e a escola”, explica José Queiroz, coordenador do projeto.
Em 11 anos de funcionamento, a Escola Ambulante já atendeu mais de 600 jovens. Segundo dados da organização, 80% deles abandonaram o uso de drogas, 75% saíram das ruas e voltaram para casa, e 97% freqüentam a escola. Apenas 22% continuam nas ruas, por opção.
Na opinião dos especialistas entrevistados por Idéiasocial uma das características que fazem desse projeto uma tecnologia social em potencial é a fácil reaplicação a um custo moderado. “A solução pode ser desenvolvida em qualquer lugar do Brasil ou do exterior, onde houver crianças e adolescentes vivendo na rua. A transferência depende basicamente da capacitação da equipe que aplicará o método no local. Contudo, recomenda-se que seja feita uma avaliação das especificidades locais, como tráfico, cultura e comércio, após a realização da pesquisa etnográfica, para verificar a necessidade de adequações de conteúdo”, destaca Larissa.
Caso 2: TV Janela exige profissionais capacitados para trabalhar com público jovem

Criado no início da década de 1990, o Bairro Pantanal, na periferia de Fortaleza, no Ceará, sempre foi visto como uma das áreas mais críticas da cidade, graças aos altos índices de violência e miséria. “Essa comunidade, no entanto, é muito mais do que isso”, contesta Valdenor Xavier de Moura, coordenador do Instituto de Desenvolvimento Social (IDS), entidade responsável pela implantação de uma tecnologia social chamada TV Janela. “Desde o início de nosso contato com jovens do bairro, notamos que era preciso reforçar as potencialidades locais existentes. Isso ajudou a elevar da auto-estima dos meninos, pois o bairro costumava ganhar destaque apenas nas páginas policiais”, diz Moura.
O projeto consistia, inicialmente, na capacitação profissional para produção e projeção de vídeos. Com o tempo, surgiu o interesse em apresentar o material criado para a comunidade local. Todos os vídeos produzidos possuem relação direta com o Bairro Pantanal e apresentam temas que variam desde a origem das ruas da região até as profissões mais comuns no bairro, quadros de humor e grupos musicais. “Esse tipo de atividade contribuiu não apenas para a qualificação profissional e a inserção deles mercado de trabalho, como também melhorou bastante o relacionamento com a comunidade”, finaliza Moura. Para Iwata, da Fundação Banco do Brasil, a TV Janela é eficaz por causa da simplicidade do método e, por tabela, do seu inegável potencial de reaplicação. “O único cuidado a tomar, além, é claro, de captar os recursos e apoiadores necessários, é realizar um levantamento sobre a região e preparar uma equipe para atuar com público jovem, trabalhando conforme as necessidades levantadas”, ressalta.
Caso 3: Direito de Crescer representa método prático para regiões marcadas por exploração de mão de obra infantil

A tecnologia social Direito de Crescer, desenvolvida pela ONG Girassolidário e sob comando do Instituto Kinder do Brasil (braço da Fundação Kinder in Brasilien, sediada na Suíça), tem como objetivo tirar crianças do trabalho infantil em carvoarias na região de Ribas do Rio Pardo, em Mato Grosso do Sul. “O programa tem duração estimada de sete anos e consiste na remoção das crianças das minas em troca de uma bolsa mensal de R$ 110 por criança, utilizada na sua formação e na manutenção da subsistência familiar. Além disso, as famílias contam com o apoio de um grupo de assistência social, com oficinas de educação complementar, que enfatizam o crescimento do saber, a auto-estima e uma postura mais responsável, e programas de geração de renda e habitação”, explica Carl Stephan Hoffman, presidente da Girassolidário, para quem o projeto tem gerado importante redução do trabalho infantil na região.
Na avaliação de Iwata, uma metodologia simples e eficaz como essa, testada e aprovada, pode ser bem-sucedida em qualquer região onde haja carvoarias, pedreiras e plantações de cana, com exploração de mão-de-obra infantil e famílias vivendo em condições muito precárias. “Como nos projetos mencionados anteriormente, as organizações, governos e empresas interessados em implantá-la devem ficar atentos para a adequação à cultura e realidades locais”, destaca.

Caso 4: No Prosa Rural, os conteúdos podem variar dependendo da região onde é aplicado

“O Prosa Rural é um programa semanal de rádio produzido pela Embrapa (DF), a partir da percepção da necessidade de divulgar soluções para a questão da agropecuária, e alternativas para os problemas mais comumente enfrentados, como a seca e as formas de criação e cultivo”, conta Fernando do Amaral Pereira, responsável pela tecnologia.
Para a produção dos conteúdos, o projeto conta com uma rede de voluntariado, que envolve contatos com emissoras comerciais e comunitárias e entidades do setor. Além do trabalho dos voluntários, essa tecnologia social tem ainda o apoio de mais de 500 emissoras, distribuídas em 379 municípios.
Segundo Pereira, a Embrapa, organização responsável pela elaboração do projeto, não possui um instrumento de medição dos resultados alcançados pelo Prosa Rural. Entretanto, destaca: “Conseguimos ter uma boa noção de como o programa é recebido pelos ouvintes por conta das constantes solicitações de emissoras para uso do conteúdo em suas grades de programação”.
Para Iwata, o fato de ser um projeto de baixo custo, e eficaz para o que se propõe, facilita a reprodução do Prosa Rural em qualquer lugar do país. “Os conteúdos veiculados devem se adequar evidentemente às carências de cada localidade. No Nordeste, poderia ser, por exemplo, algo voltado à questão da água. No Centro-Oeste, algum tema mais direcionado à agronomia”, sugere o especialista da Fundação Banco do Brasil. “Todas as entidades que disponham de tecnologias ou produtos úteis à sociedade ou que precisem chegar a públicos definidos podem adotar a metodologia usada pelo Prosa Rural. As rádios do Brasil se mostram abertas às informações de cunho educativo e à prestação de serviço, que é bastante valorizada pelos ouvintes. A educação pelos meios de comunicação é viável, desde que se adote a linguagem adequada para o meio escolhido”, destaca Larissa, da RTS.
Caso 5: Quantidade flexível de recursos favorece aplicação do Conexões de Saberes em diferentes realidades

Apesar de existirem algumas iniciativas relacionadas ao ingresso de jovens de baixa renda nas universidades públicas, como pré-vestibulares comunitários e o sistema de cotas, a maioria das universidades públicas seleciona e cria uma estrutura de cursos que contemplam, em geral, alunos com perfil típico dos grupos sociais mais privilegiados. Foi com base nesse quadro que nasceu o Conexão dos Saberes. “Criado em 2001 pela ONG Observatório de Favelas (RJ), o projeto seleciona e oferece bolsas de graduação para 25 estudantes com base nos seguintes critérios: morar ou ser oriundo de favelas ou periferias, escolaridade dos pais não superior a ensino fundamental, renda mensal dos pais inferior a seis salários mínimos, proveniência de escolas públicas, ser negro ou indígena, e ter histórico de engajamento em atividades coletivas cidadãs em suas comunidades. A intenção dessa tecnologia é possibilitar o acesso de jovens pobres ao ensino superior”, explica Elionalva Sousa Silva, responsável pelo projeto. Atualmente o Conexão dos Saberes vem sendo desenvolvido em 31 institutos federais de ensino superior (IFES) do país. O número de bolsistas saltou de 175 para 775.
Na análise de Iwata, o Conexão de Saberes é uma boa tecnologia social. “O projeto pode ser desenvolvido por qualquer instituição de ensino, seja fundamental, médio ou superior, que conte com alunos de origem popular. A maior vantagem dessa tecnologia é que ela pode ser aplicada com uma quantidade flexível de recursos, de acordo com a natureza da instituição onde será organizada e a sua capacidade de captação e aplicação de recursos financeiros e humanos”, ensina.
Caso 6: Presente em 20 cidades e três países, Pedagogia de Roda é fórmula educacional que não exige investimento em estrutura física

Ultrapassando os limites das salas de aula, o Pedagogia de Roda mostra que é possível ensinar e aprender substituindo a estrutura tradicional, de tijolos, pela construção do saber em rodas, ao pé de uma mangueira. “Essa metodologia pede a colaboração de cada um de seus participantes. A matéria-prima de todo o processo de ensino são as pessoas, pois todo aprendizado ocorre em grupo, é plural”, define Sebastião Rocha, coordenador do projeto.
A idéia surgiu como resposta ao quadro de escassez de escolas na comunidade de Curvelo (MG). “A Pedagogia de Roda transforma a desvantagem da falta de um prédio escolar na vantagem de transportar o espaço de aprendizagem para qualquer lugar. Assim, qualquer parte de um bairro é uma escola. Cada um dentro da roda é, ao mesmo tempo, educador e educando. Ao invés de trabalhar com idéias massificadas de cultura, a roda prefere fortalecer as identidades culturais locais, o que se converte em mais solidariedade e espírito comunitário. A roda gira em qualquer espaço onde haja disposição para a reflexão coletiva”, explica Rocha.
A iniciativa do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento (CPCD) deu tão certo que o trabalho foi expandido para mais de 20 cidades em cinco estados brasileiros, e também para Moçambique e Portugal. “É uma tecnologia social que pode ser aplicada não apenas em escolas, mas também em empresas ou projetos educacionais, possibilitando a melhoria da comunicação, o estímulo à participação, a formação da identidade, o fortalecimento da auto-estima, a integração da equipe, a idealização de espaço solidário e a igualdade entre todos os educandos-educadores”, destaca o coordenador. Larissa considera que a Pedagogia da Roda é uma autêntica tecnologia social, na medida em que se trata de um método simples, transformador, de baixo custo, adaptável às singularidades das diferentes culturas locais e, portanto, de fácil reaplicação. “A Pedagogia da Roda, como técnica, não exige espaço físico próprio e dispensa, portanto, todos os custos nele incluídos”, diz.

O que caracteriza uma tecnologia social

-Praticidade
-Eficácia
-Baixo custo
-Reprodutibilidade em larga escala (Reaplicabilidade)
-Capacidade de promover transformação social
-Facilidade de ser compreendida e apropriada pela comunidade
-Sintonia com alguma política pública
-Possibilidade de ter resultados monitorados e avaliados

Os três momentos na elaboração de uma tecnologia social

Da boa iniciativa à larga escala, uma tecnologia social enfrenta basicamente três momentos. O primeiro deles diz respeito ao desafio técnico de transformar a idéia em um conjunto de procedimentos padrão, que possibilitem sua reaplicação, com as devidas adaptações quase sempre necessárias, a qualquer região do país.
O segundo refere-se ao seu referendamento público, quando a tecnologia social em questão passa a ser recomendada por organizações e especialistas como sendo a melhor maneira de se solucionar um determinado problema social.
A apropriação coletiva dessa metodologia é a terceira e última etapa, quando uma rede de diferentes atores sociais (públicos e privados) é criada para dar apoio à sua implantação, proporcionando as condições essenciais para que a tecnologia se incorpore a uma política pública.
A engenharia de uma tecnologia social deve considerar…

reconhecimento da autoria, tornando mais conhecidos as pessoas ou grupos responsáveis pela criação do produto, da técnica ou da metodologia
registro da experiência, documentando-a em texto, filme e fotografias
A concessão de um status de excelência pela inovação
sistematização dos processos de construção, transformando conhecimento tácito em conhecimento explícito.
manualização com vistas á reaplicação, explicando como se faz, criando referências e proporcionando contatos para a formação de uma rede
Fonte: Capítulo Tecnologias Sociais e Políticas Públicas (Antonio E. Lassance Jr. E Juçara Santiago Pedreira) do livro Tecnologia Social: Uma Estratégia para o Desenvolvimento (Fundação banco do Brasil/2004)

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