Especial – Tendência 3 – Emissões de GEE (parte 2)

Especial – Tendência 3 – Emissões de GEE (parte 2)

Caminho das pedras
Como calcular a pegada de carbono de uma organização*
1- Decida o método a ser seguido
É importante usar um método consistente para assegurar um resultado preciso, especialmente se você vai contar com várias pessoas para ajudar a coletar e interpretar os dados. O GHG Protocol é um dos padrões mais utilizados. Ele fornece orientações detalhadas sobre métodos e está disponível gratuitamente on-line. Outra norma reconhecida é a do International Organization for Standardization, ISO 14064, que se baseia em muitos dos conceitos introduzidos pelo GHG Protocol. Ambos fornecem explicações sobre as etapas relacionadas aqui.
2- Defina metas organizacionais e operacionais
Defina limites claros e explícitos sobre quais partes de sua organização estão incluídas na pegada de carbono. Isso pode ser complexo se você tiver muitas subsidiárias, joint ventures ou ativos, mas é um passo importante. O limite operacional determina quais fontes de emissão serão quantificadas. Deve-se incluir a totalidade das emissões das atividades sob seu controle operacional. Todos os âmbitos devem ser incluídos, mas você pode escolher qual o alcance. Seja realista ao escolher um limite e tenha certeza de que considerou os aspectos práticos da coleta completa de dados precisos. Isso pode ajudar a atender reports e regulamentações legislativas ou os requisitos dos sistemas de certificação terceirizados, como o Carbon Standard Trust.
3- Agrupe os dados
A precisão da pegada está em coletar dados de consumo para todas as fontes de emissão dentro do seu limite estabelecido. No caso do gás e da eletricidade, colete dados em quilowatts-hora (KWh) de leituras ou contas. Você pode gravar dados para outros combustíveis em uma variedade de unidades, como litros ou megajoules (MJ). Para emissões de transporte, relacione o consumo de combustível por tipo sempre que possível (a partir de “cartões de combustível”, por exemplo). Quando este não estiver disponível, você pode estimar o consumo com base na quilometragem dos veículos e dados econômicos. É importante esclarecer quaisquer lacunas nos dados e listar todas as suposições que foram feitas para o cálculo da pegada.
4- Aplique fatores de emissão
A pegada de carbono é medida em toneladas de CO2 equivalente (tCO2e), e calculada usando os dados recolhidos das atividades multiplicados pelos fatores padronizados de emissão. Você pode encontrar esses fatores atualizados no site do Carbon Trust em www.carbontrust.co.uk/ conversionfactors.
5- Verifique os resultados (opcional)
Você pode optar por terceirizar a tarefa de verificar a sua pegada de carbono, para aumentar a credibilidade e confiança no seu inventário para divulgação pública.
6- Verifique sua redução de emissões (opcional)
Muitas empresas não só medem sua pegada de carbono mas também têm tomado medidas para reduzi-las progressivamente ao longo do tempo. A redução é algo que uma terceira parte pode atestar, oferecendo credibilidade e confiança para o anúncio da redução.
Como avaliar a pegada de carbono do produto*
1 – Construa um mapa de processo
Liste todos os materiais, atividades e processos que contribuem para cada fase do ciclo de vida do produto escolhido.
2 – Verifique os limites e determine prioridades
Algumas das emissões podem ser reduzidas (por exemplo, nas viagens de consumidores para outlets de varejo). Calcular o nível da pegada, primeiramente, vai ajudar a focar a coleta de dados nas principais fontes de emissão de gases de efeito estufa e eliminar outras.
3 – Colete dados
Coletar dados da atividade (por exemplo, litros de combustível consumidos
por unidade de produto) e selecionar fatores de emissões adequados (por exemplo, kg de CO2 por litro de combustível). Quando possível, utilizar dados primários com base em medidores reais de leitura ou registros, em vez de estimativas.
4 – Calcule a pegada
Calcule as emissões de GEE (kgCO2e por unidade de produto) de cada fonte multiplicando dados da atividade pelos fatores de emissão.
5 – Verifique sua pegada
Você pode verificar a sua pegada de três maneiras:
• Autoverificação
• Verificação por outra parte, como outra companhia
• Verificação credenciada de terceiros independentes
*Fonte: Traduzido de Carbon Footprinting – TheNext Step to Reducing your Emissions, Carbon Trust (Pegada de Carbono – o Próximo Passo na Redução das suas Emissões)
Leia a síntese e confira a íntegra desse estudo na seção estudos e pesquisas.

Para saber mais
8 motivos para mensurar, gerir e comunicar emissões
• Oportunidades de redução de custos
Especialmente importante em momentos de crise financeira, a redução de custos está relacionada com melhoria da eficiência em processos gerenciais, redução ou otimização do uso de energia e de matérias-primas e adoção de fontes alternativas de energia.
• Criação de benchmark e oportunidades para melhorar a competitividade
Os inventários corporativos podem servir de base para a identificação de oportunidades de melhoria e desempenho da empresa a partir de sistemas de comparação das emissões decorrentes da realização de processos e da geração de produtos.
• Participar de mercados de emissões de GEE
Identificar oportunidades para desenvolver projetos que gerem créditos de carbono ou atraiam investimentos, produzindo receitas adicionais para a empresa, é outro benefício relacionado aos inventários de emissões.
• Prestar contas aos acionistas e stakeholders
Acionistas e stakeholders podem ser melhor informados de riscos e oportunidades associados à gestão de emissões de GEE a partir dos dados fornecidos pelos inventários.
• Replicabilidade e impacto em cadeia
Por meio dos inventários é possível entender e mitigar impactos na cadeia de valor, envolvendo fornecedores e compradores em ações de redução de emissões de GEE.
• Traçar e alcançar metas de responsabilidade socioambiental
Muitas empresas já internalizam em suas operações metas voluntárias de caráter socioambiental e a redução de emissões de GEE pode ser mais uma meta incorporada a esse processo.
• Avaliar passivos e preparar-se para futuras políticas de emissões de GEE
As empresas podem se antecipar a regulamentações sobre emissões de GEE por meio dos inventários, que permitem identificar fontes e volumes das emissões, e, assim, traçar planos de mitigação que as coloquem em consonância com as futuras políticas de emissões.
• Garantir oportunidades no mercado internacional
O mercado globalizado exige cada vez mais das empresas boas condutas em termos de desempenho em sustentabilidade, e a boa gestão de emissões de GEE é um dos principais aspectos cobrados nas transações internacionais.
Fonte: Programa Brasileiro GHG Protocol

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