Percepções sobre a agenda verde em 2012

Percepções sobre a agenda verde em 2012

Percepções sobre o lugar da agenda verde em 2012

Qual a relação entre as visões sobre os problemas sociais, econômicos e ambientais e as certezas acerca do futuro da sociedade global? Como o cidadão conecta seu pessimismo ou otimismo geral a respeito dos rumos do mundo com a sua avaliação das urgências específicas que pressionam a sociedade? Até que ponto os desafios para a sustentabilidade dos atuais estilos de vida projetam-se sobre o diagnóstico do estado geral do planeta?

Essas perguntas não são tautológicas ou óbvias. Ao longo das últimas décadas, temos testemunhado em diversas ocasiões a aparição súbita de problemas na agenda pública ou a caracterização de questões relativamente cotidianas como riscos iminentes ou ameaças paralisantes. Políticos, mídia, think tanks e grupos de interesse ao redor do mundo têm estado por trás de vários exageros, desde o choque de civilizações e a redução do pluralismo religioso a uma questão de fanatismo intimidante aos imigrantes ilegais, passando pelo tom alarmista sobre qualquer doença nova divulgada como possível epidemia.

De forma parecida, outros políticos, lobbies e meios de comunicação têm desconstruído problemas reais, tornando-os quase fictícios ou menores, tal como quase aconteceu com as mudanças climáticas e a crise ambiental. Entre esses diferentes atores, emerge o cidadão global e sua voz: o que ele pensa sobre o estado do mundo e qual o peso de alguns itens-chave da sua agenda para moldar a visão do presente e do futuro?

Rumos do mundo e principais desafios

O recorte nacional da pesquisa Barômetro Ambiental 2011 revela que o brasileiro é crítico em relação aos rumos do planeta. A fatia dos que acreditam que o mundo caminha na direção correta é de 22%, ao passo que os críticos das tendências globais representam 74% do público brasileiro. Em 2007, quando a pergunta foi feita pela primeira vez, a opinião favorável reunia 28% da população; caiu para 27%, em 2010, e despencou para os atuais 22%, em 2011.

Desse modo, embora o contexto internacional tenha sido vital para alavancar o desempenho econômico e a posição de destaque político do Brasil no cenário global dos últimos anos, isso não impediu que três em cada quatro brasileiros considerassem equivocado o caminho trilhado pela humanidade.

Ao contrário do que ocorre aqui, os consumidores dos demais países dos BRICs revelam-se mais como satisfeitos com a direção do mundo do que como críticos: 65% dos chineses e 62% dos indianos aprovam as tendências globais; já os russos estão mais divididos, porém os contentes são a maior parcela (47%), contra 38% de insatisfeitos e 15% de neutros.

A atitude de desaprovação dos brasileiros se assemelha mais à dos países desenvolvidos: Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos têm um quadro de opinião pública muito similar ao do Brasil.

Esse cenário revela que a sociedade brasileira é capaz de perceber a realidade e as perspectivas nacionais como distintas das globais. É uma surpresa que o mesmo Brasil que tem vivido uma década de bom desempenho na economia e nas políticas internas e externas, além de progressos em indicadores sociais, não embarque num otimismo por tabela, e reconheça que o mundo, como um todo, não segue na direção correta.

Assim, a atitude questionadora dos rumos globais inserida em um contexto de alavancagem econômica somente é vista no Brasil: no resto do mundo, o pessimismo predomina justamente nas economias em recessão ou em estagnação, ao passo que os otimistas com as tendências globais são mais comuns em nações emergentes.

Gravidade dos problemas globais

Quais são os problemas mundiais capazes de explicar a atitude crítica dos brasileiros em relação aos rumos da humanidade?

A partir de uma lista de 14 problemas globais, os consumidores brasileiros veem a extrema pobreza como o de maior gravidade. Na segunda posição está a corrupção. As questões ambientais (excluindo-se desse conjunto as mudanças climáticas) ocupam a terceira colocação em termos de gravidade.

Esse elenco de prioridades só em parte tem a ver com as urgências domésticas centradas no combate ao crime e à violência, os déficits na área da saúde e a corrupção de autoridades e instituições.

Miséria, corrupção e crise ambiental – essa tríade de maiores desafios traz algumas implicações importantes para a análise da atitude brasileira crítica aos rumos do mundo: a) o fato de o país estar avançando socioeconomicamente não ofusca a percepção de que o mundo continua sendo desigual e que muitos cidadãos não têm as mínimas condições necessárias para viver com dignidade; b) a gravidade atribuída à corrupção denota que esse é um desafio não apenas nacional, mas global; c) os problemas ambientais são percebidos como mais graves do que alguns dos desafios históricos da humanidade, tais como guerras e a disseminação de doenças contagiosas.

A visão dos brasileiros se aproxima da observada em outros países, especialmente no que tange aos três problemas mais preocupantes. Os outros membros dos BRICs – China, índia e Rússia – concordam, em certa medida, com a alta gravidade percebida pelos brasileiros: há uma convergência acerca de dois dos três primeiros problemas do ranking de gravidade.

Os chineses também colocam as questões ambientais e a corrupção entre as três principais; mas, diferentemente dos brasileiros, a pobreza extrema é uma preocupação muito menor do que o aumento dos preços dos alimentos e da energia. Os indianos posicionam a corrupção como maior desafio global e a extrema pobreza na terceira posição, mas veem o terrorismo como o segundo desafio mais preocupante. Esse último tema, inclusive, é o mais grave na visão dos russos, que concordam totalmente com os brasileiros em relação à segunda e terceira prioridades.

Os três maiores problemas para os brasileiros também são considerados como muito graves em outras sociedades: franceses e britânicos enxergam a extrema pobreza como o desafio global número um; para os nigerianos, enfrentar os corruptos é o maior obstáculo, seguido pela extrema pobreza; os mexicanos se revelam bastante convergentes com os brasileiros, embora coloquem as questões ambientais em um nível de prioridade superior à pobreza; os  estadunidenses também acreditam que a solução da pobreza deve estar na tríade de prioridades da agenda global.

Vale ressaltar que os problemas ambientais estão entre os mais graves em todos os países, exceto na Nigéria, no Reino Unido e nos EUA. Nesses últimos dois países, os traumas da crise financeira continuam demasiadamente presentes, sendo um dos retratos disso a maior gravidade atribuída ao estado da economia global e à forte sensibilidade diante da subida dos preços. Já os nigerianos se preocupam mais com as guerras, a disseminação de doenças e os abusos contra os direitos humanos – problemas cotidianos do país – do que com as questões do meio ambiente. Dessa forma, apenas nesses contextos é que a pauta verde não está no foco da preocupação.

Quer dizer que as sociedades pensam o mundo a partir de seus umbigos? A tentação de concordar com essa noção é tão grande quanto simplista. Afinal, não foi nos Estados Unidos onde um ano antes se registrou a pior catástrofe ambiental da história com o vazamento de perto de 90 milhões de barris de petróleo? Como entender a baixa importância atribuída às questões ambientais pelos americanos nesse contexto? E não é a Nigéria um dos palcos de conflitos violentos e manobras terroristas que acumularam mais de 500 ataques só em 2011? Como é que isso não acaba influindo na cabeça dos nigerianos para indicar tais problemas como prioritários para o mundo?

Esses dois exemplos de países com características econômicas, sociais e até religiosas antípodas ilustram que as sociedades não necessariamente pensam o mundo como um espelho da sua própria imagem, e que as representações do cenário internacional que elas fazem podem guardar autonomia do que acontece em nível local e obedecer a um raciocínio independente. Esse raciocínio pode tanto derivar das capacidades individuais de separar e processar informação sobre a realidade local e mundial como do sucesso de autoridades e instituições por guiar e indicar o que é problema e o que não é.


Colocando os problemas em perspectiva

O alarme brasileiro é alto, porém já foi mais, revelando uma tendência de amenização da gravidade dos desafios globais: para a maior parte dos problemas, há uma tendência de retorno ao nível de alarme existente em 2009. Ainda, a evolução da preocupação nacional se opõe à observada ao redor do mundo.

Questões como o estado da economia mundial, as migrações transnacionais, o aumento dos preços de alimentos e energia, o fundamentalismo religioso e o aumento do poder das multinacionais são vistos como mais graves atualmente do que em 2010 na média dos diversos países, ao passo que há no Brasil uma redução da gravidade percebida.

Por outro lado, dois temas nacionais apresentam um aumento na percepção de gravidade, ainda que brando: as guerras e as questões ambientais. É surpreendente o fato de os brasileiros estarem se tornando mais preocupados com os conflitos armados (muito acima da média mundial), uma vez que o país não está envolvido em nenhuma guerra. Uma possível explicação para essa maior sensibilização pode residir no destaque recente da mídia nacional aos eventos da Primavera Árabe.

Em relação às questões ambientais, é importante lembrar que as mudanças climáticas não são responsáveis pela elevação da percepção de gravidade, uma vez que, após uma subida no período 2009-10, em 2011 elas perderam gravidade na visão dos cidadãos, alcançando um valor abaixo do encontrado em 2009.

Por outro lado, os demais problemas ambientais apresentaram leve subida. Assim, outros temas guiam uma atitude de alerta verde no Brasil, a despeito das constantes associações feitas por formadores de opinião (mídia, especialistas e governantes) entre tragédias ambientais (enchentes, deslizamentos de terra e períodos maiores de estiagem, por exemplo) e o fenômeno das mudanças climáticas.

Como os brasileiros organizam nas suas cabeças esse leque tão variado de problemas? Existem eixos conceituais que sintetizem para o cidadão típico essa diversidade de desafios presentes? Buscando responder a essas perguntas, realizamos uma análise das dimensões de sentido por trás das avaliações e três esferas foram encontradas:

1) Esfera de atuação do poder público: problemas que tradicionalmente são encarados pelos cidadãos como responsabilidade dos governos. Entre eles estão: a luta contra os abusos dos direitos humanos, a prevenção de doenças, o combate ao terrorismo, a gestão de guerras e conflitos, o controle de preços de alimentos e energia e a ação contra a corrupção.

2) Esfera de atuação do setor privado: trata-se de um conjunto de desafios cujas soluções têm sido cada vez mais atribuídas às empresas, por meio de iniciativas de responsabilidade socioambiental e, mais recentemente, de políticas coerentes de sustentabilidade corporativa. São eles: o combate às mudanças climáticas e demais problemas ambientais, a mitigação da extrema pobreza, a estabilização da economia mundial e a garantia dos direitos dos trabalhadores.

3) Esfera dos conflitos culturais e ameaças às tradições nacionais: problemas que são mais dificilmente atribuídos a um determinado setor social ou instituição e que se vinculam diretamente ao receio de que agentes externos possam abalar a cultura local. Nessa esfera estão as preocupações com as migrações transnacionais, o fundamentalismo religioso e o aumento de poder das multinacionais.

Aprofundando a compreensão da agenda verde

As questões ambientais, tanto em termos de poluição como a mais abrangente, das mudanças climáticas, não têm passado despercebidas para o cidadão global, menos ainda para o brasileiro.

Até que ponto esses temas se traduzem na cabeça das pessoas como a presença de problemas específicos vinculados ao meio ambiente?

E qual a repercussão sobre a sociedade e os estilos de vida?

Na visão dos consumidores brasileiros, o maior desafio na agenda ambiental é a poluição do ar: trata-se de um tema mais tangível para os habitantes dos grandes centros urbanos do país, quando comparado com outros desafios, tais como as mudanças do clima, a perda da biodiversidade e a escassez de água potável. Ainda, parte da América Latina (argentinos, equatorianos e peruanos), a Espanha, a Rússia e a Indonésia compartilham essa percepção.

A diminuição dos recursos naturais, um dos assuntos centrais à sustentabilidade, sensibiliza mais os americanos, argentinos, britânicos, alemães, russos e filipinos. Na África, por sua vez, a atenção da opinião pública se volta para a escassez de água potável, assim como na França, no Paquistão e na Indonésia. Já a Índia está mais alerta não exatamente à escassez, mas sim à poluição dos recursos hídricos, postura convergente com a dos mexicanos. O país mais populoso do mundo, a China, volta-se principalmente para as emissões de gases geradas pelos automóveis, uma atitude não compartilhada por nenhuma outra nação.

A perda da biodiversidade está no centro da agenda ambiental no Panamá, no Chile e na Argentina. Por fim, o tema dos transgênicos somente é central entre as prioridades ambientais dos turcos.

Na visão dos consumidores ao redor do mundo, esses problemas ambientais têm ficado mais ou menos graves?

Os brasileiros mantiveram o alerta em relação aos diversos problemas ambientais, com diferenças mínimas em relação a 2010 – todas dentro da margem de erro das pesquisas. Assim, temas como a poluição do ar, a diminuição dos recursos naturais, a escassez de água potável, a redução da biodiversidade e as mudanças climáticas, que já eram percebidos como graves em 2010, mantiveram-se como muito sérios aos olhos da opinião pública.

Essa reação alarmada diante das consequências da crise ambiental é um fenômeno bastante recente da história de nossa sociedade. Sondagens realizadas pelo instituto Market Analysis no final do século XX revelavam que pouco mais da metade da população brasileira (entre 50% e 60%) enxergavam esses problemas em tom de assombro e urgência.

O maior despertar verde no país só se deu a partir do biênio 2003-2004, quando o nível de preocupação praticamente duplicou. De 2008 a 2010, apenas oscilou levemente, tendo já atingido ao redor de 90% da população.

O período de maior ganho de consciência ambiental é fruto de uma série de sinais de que o modelo tradicional de desenvolvimento urbano e industrial deveria ser questionado: crise do abastecimento de água potável; secas cada vez mais severas no Nordeste; ocorrência frequente de ciclones extratropicais e até mesmo de furacão (o Catarina, em 2004) na região sul; recordes de temperaturas elevadas em todo o país. De forma muito nítida, os alertas ambientais deixaram de ser hipóteses remotas para fazer parte do cotidiano das pessoas; e o Brasil reagiu com um movimento de ruptura diante da atitude negligente para com a agenda ambiental.

E fora do Brasil? O cenário na maior parte dos países pesquisados é similar ao brasileiro. Há uma predominância da estabilidade da gravidade dos problemas ambientais, o que denota que a sirene ambiental tem soado da mesma forma no último biênio. Contudo, algumas sociedades estão claramente se tornando mais alarmadas com a agenda ambiental, entre as quais Equador, Peru, Nigéria, Turquia, Rússia e Filipinas.

Desempenho ambiental e gravidade percebida dos problemas ambientais

Como confrontar o alarme ecológico da opinião pública com a realidade ambiental de cada país?

Procurando responder a essa pergunta, construímos uma matriz formada pela gravidade percebida dos diversos problemas ambientais e a performance ecológica de cada país, com base no reconhecido índice EPI.

Desse modo, pode-se observar que os países investigados se dividem em quatro grandes regiões:

1) Região da proatividade – formada pelos países com um alto desempenho proambiental, garantindo a saúde e a vitalidade dos seus ecossistemas, mas cujas sirenes ambientais não soam alto neste momento. Esse grupo é formado por estadunidenses e pelos britânicos. Trata-se de países desenvolvidos, que possuem políticas públicas ambientais mais organizadas e sociedade civil mais engajada com a causa.

2) Região da ação alarmada – formada pelos países que percebem elevada gravidade dos problemas ambientais e têm desempenho ambiental razoável ou bom. Esse grupo é composto por parte da América Latina (Chile, México, Panamá, Equador, Peru e Brasil), parte da Europa (França, Alemanha, Espanha, Rússia e Turquia), além de Filipinas e Japão.

Trata-se de uma combinação entre emergentes – em sua maioria latinos – e desenvolvidos – principalmente europeus – bastante preocupados com a agenda ambiental, além de contarem com reservas naturais, biodiversidade e sistemas ecológicos resilientes. Tais realidades naturais favorecem seus desempenhos e hospedam um amplo leque de políticas públicas, embora existam desiguais níveis de implementação e mobilização da sociedade civil.

3) Região da frustração – formada pelos dois países mais populosos do mundo, Índia e China, o que leva à constatação de que cerca de um em cada três habitantes do planeta se enquadra neste contexto. A frustração se deve ao descompasso entre o elevado alarme ambiental dos cidadãos e a deficiente atuação dos agentes públicos e privados na pauta verde.

4) Região da negligência ambiental – formada pelos países que, além de possuírem um desempenho ambiental classificado como, no máximo, razoável, não percebem a gravidade da agenda verde. Esse grupo é formado por nações subdesenvolvidas asiáticas (Indonésia e Paquistão) e africanas (Gana, Quênia e Nigéria) – mercados onde a agenda verde realmente ainda não emplacou, seja nas políticas públicas, na iniciativa privada ou na sociedade civil, seja no nível de preocupação dos seus cidadãos.

O cruzamento entre o desempenho proambiental e a gravidade dessas questões revela uma diversidade de opiniões e atitudes que em muito se relacionam à disposição geográfica. Afinal, as geofronteiras sinalizam não apenas a linha que divide dois países, mas também elos socioculturais.

Por isso, subjacente à análise do alarme ambiental e do desempenho nacional em relação ao meio ambiente, há uma percepção coletiva, assentada na cultura e na história, que determina o modo como cada povo enxerga e se comporta diante da crise ambiental: da atitude com menos alarde e centrada na ação encontrada entre os anglo-saxões até as sirenes que ainda soam alto, características principalmente dos latinos.


Algumas conclusões

Os resultados do estudo Barômetro Ambiental 2011 da Market Analysis mostram que há um cenário favorável para a consolidação da proposta de uma economia verde no Brasil. O país já apresenta uma boa performance ambiental  se comparada a outros países (embora isso resulte mais da abundância de recursos naturais e da adequação de legislação do que das condutas dos agentes econômicos e sociais) e sua população facilmente se mostra sensível a uma agenda verde.

Visando a um melhor alinhamento entre alarme e ação concreta, é importante que os líderes e formadores de opinião (oriundos dos diversos setores) foquem em tornar tangíveis os problemas ambientais a seus cidadãos, uma vez que a principal bandeira ambiental do século XXI – a mobilização global em relação às mudanças climáticas – tem perdido terreno no Brasil para questões de menor escala, embora mais tangíveis, como a poluição do ar nos grandes centros urbanos.

Para além do progresso das políticas públicas e do engajamento do setor privado com a sustentabilidade, faz-se necessária uma mobilização expressiva da sociedade brasileira em direção à agenda do meio ambiente. E, nesse sentido, a Rio+20 certamente representa a maior janela de oportunidades dos próximos tempos.

A Market Analysis é um instituto de pesquisas especializado em sustentabilidade e responsabilidade social, parceiro de Ideia Sustentável na produção de conteúdos para os Dossiês e análises de tendências, bem como na realização de pesquisas customizadas e gestão de conhecimento para empresas clientes.

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