Inquietude, inspiração e ação

Inquietude, inspiração e ação

Inquietos, desfocados e acomodados são adjetivos comumente atrelados ao substantivo jovem. Será utopia imaginar jovens inquietos e incomodados que possam mudar o mundo? Talvez…

Ancorado na certeza de que um mundo mais justo era possível, um grupo de jovens paranaenses resolveu encorajar pessoas e organizações a ver o mundo de uma nova perspectiva. Algo pretensioso, mas eles entenderam que aquele era o momento de quebrar velhos paradigmas sobre a juventude, o sistema e do que se entende por desenvolvimento.

No início, éramos apenas um grupo de jovens determinados: um engenheiro ambiental com mestrado em energias renováveis, um professor de língua portuguesa com especialização em gestão de empresas, um gestor de marketing com especialização em gestão de pessoas e uma bióloga mestre em cooperativismo e desenvolvimento. Com o passar do tempo, porém, já não nos satisfazíamos mais com o status de trabalhos em grandes empresas, boas festas com os amigos, carros e os principais apetrechos eletrônicos do ano: era chegado o momento de assumir papéis de protagonistas da transformação.

Em 2010, decidimos fundar a Agência Brasileira de Inovação e Sustentabilidade (ABIS), que, além de um projeto profissional, significava a realização de um plano de vida.

Algum tempo depois do início da ABIS, decidimos apresentar para outras pessoas como eram nossas ideias. A grande batalha foi de dentro para fora. Iniciamos em casa. Era necessário convencer nossos pais de que, antes de querer ganhar o mundo, aquilo realmente daria certo: não era utopia imaginar que poderíamos estar à frente da formação de uma nova cultura e, nesse teste, percebemos que, para a paixão realmente se tornar um amor para a vida toda, era necessário preparação, aconselhamento e, principalmente, paciência, pois aquele não seria um caminho fácil.

Iniciamos a preparação, buscamos nos inspirar em líderes como Nelson Mandela, Martin Luther King, Abraham Lincoln, Gandhi, Steve Jobs, Zilda Arns e tantos outros que mudaram a história da humanidade por pensar de forma global agindo localmente.

Em 2011, um desses grandes líderes mudou o rumo das coisas por meio do livro Conversas com Líderes Sustentáveis, de Ricardo Voltolini. O mesmo veio responder muitas de nossas dúvidas pelos depoimentos de grandes líderes comprometidos com a sustentabilidade. Assim que abrimos o livro, entendemos que era importante para nós e nos identificamos com as seguintes palavras de Ricardo Young: “Diante do novo, há a coragem e a incerteza.” Tínhamos os dois: a coragem e a incerteza, somadas a uma grande paixão. Ficamos inspirados com depoimentos como os de Guilherme Leal, Paulo Nigro, Luiz Ernesto Gemignani e Héctor Núñez, pois eram grandes líderes comprometidos com a sustentabilidade dentro de grandes empresas. Foi uma grande inspiração e confirmação de que estávamos no caminho correto.

Depois desse contato com o livro, passamos a entender melhor a visão dos grandes líderes dentro de grandes organizações e foi muito agregador ao desenvolvimento de nossas metodologias. Ficamos mais convictos de que a sustentabilidade é uma maneira de “SER”, não de “FAZER”. Assim, focamos mais ainda nossos projetos, priorizando o ser, a troca de experiência por meio do diálogo entre todas as partes de um grupo ou uma empresa.

Mas não paramos por aí. Decididamente, nosso gestor de Projetos, Emanuel, começou uma operação para que conseguíssemos apresentar nossas ideias ao autor que nos inspirou, Ricardo Voltolini. Precisávamos falar com esse grande líder, por seus ideais serem muito parecidos com o que nós sonhávamos. E mais: por ele estar há quase 20 anos desenvolvendo o tema da sustentabilidade no país, onde conseguiu reunir grandes personalidades para debater a questão como “eternos alunos”. Isso era algo de que não poderíamos abrir mão.

Depois de um ano e meio, lá estávamos, emocionados, no evento da Plataforma Liderança Sustentável, vendo e ouvindo de perto cada um dos líderes que estão fazendo a diferença. Não sabíamos ao certo com quem falar, o que falar, mas dividimos a equipe e ficamos como fãs em busca de nossos ídolos.

No dia seguinte ao evento, foi o dia D, o momento que esperávamos. Minutos antes de falar com o Ricardo em seu escritório, estávamos nervosos e inquietos, como de costume, e pensando: “O que podemos falar para o cara que sabe tudo sobre sustentabilidade no país, que consegue reunir grandes empresas e líderes para debater, que possa despertar o seu interesse?”

Decidimos em frente ao escritório, minutos antes da reunião, deixar o coração falar. Foi sem dúvida uma sábia atitude, pois fomos ouvidos por muito mais do que 12 minutos, o que já era uma vitória. Fomos elogiados pelo trabalho e iniciamos o “namoro” para uma parceria. Quase saímos pulando, mas mantivemos a pose de jovens sérios. Uma experiência única para a ABIS, conquistada depois de 3 anos de muito trabalho, resiliência e confiança de que o único caminho para empresas que pensam grande é o caminho da sustentabilidade.

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