Estudo NEXT – RH: Recursos Humanos de mãos dadas com a sustentabilidade

Estudo NEXT – RH: Recursos Humanos de mãos dadas com a sustentabilidade

Por Ricardo Silvarinho

“João, quem você indica para cobrir as férias do Antônio?” “Precisamos ver, porque é só ele quem entende desse assunto.” Conversas como essa são muito mais comuns nas empresas do que imaginamos. E isso significa que apenas uma pessoa tem conhecimento sobre determinada questão. O que não é nada saudável para o mundo dos negócios.

E se esse colaborador sair da companhia? E se ele tiver de se afastar por questões médicas? Quem toca o trabalho? Como fica o histórico de projetos? O dia a dia não pode parar. Por isso, é imprescindível treinar outras pessoas para se tornarem multiplicadoras do conhecimento. É o que podemos chamar de mapeamento do ativo intangível, ou seja, conseguir identificar pessoas-chave, que podem dar sequência às tarefas e disseminar um processo, uma mensagem, um projeto. Podemos fazer uma analogia com a nossa vida familiar. O espelho para os filhos é o pai e a mãe. Se um faltar, o outro precisa dar continuidade. A vida não para.

Agora, você deve estar se perguntando o que isso tem a ver com sustentabilidade, já que quando usamos esse termo o que nos vem à cabeça são cuidados com o meio ambiente, projetos sociais, entre outros. Até concordo que o foco nesse tipo de ação foi a primeira etapa da sustentabilidade e que devemos continuar com essas iniciativas. Mas, avançando para o mundo corporativo, esse tema deve estar atrelado à estratégia das organizações. Quando reforço a importância da disseminação do conhecimento, estou falando de sustentabilidade contribuindo para a continuidade dos negócios.

Por isso, um dos principais pilares que deve ser estruturado em uma companhia são os treinamentos como um projeto de educação, de engajamento e de disseminação de conhecimento. É quando também temos a capacidade de ensinar e de perpetuar o conhecimento na visão do médio e longo prazos. É o momento para refletir, errar e consertar. Envolver as lideranças é fundamental para engajar a própria equipe e torná-la, então, um grande alto-falante da cultura empresarial. Entretanto, as organizações devem ter canais para o caminho inverso: escutar os profissionais que estão na ponta faz toda a diferença. A abertura do diálogo entre todas as frentes de uma companhia traz transparência. Isso é sustentabilidade!

Os Recursos Humanos e a alta liderança da companhia também são como uma espécie de guardiães da não discriminação. Mesmo nos tempos de hoje, infelizmente, ainda temos de lidar com algo tão desumano. Temos de promover a diversidade dentro da companhia, capaz de suprir as demandas da sociedade e de garantir a própria sustentabilidade dela.Um outro ponto de atenção é saber trabalhar os perfis dos colaboradores. Alguns têm competências colaborativas em seu DNA; já outros preferem atuar sozinhos. O desafio é desenvolver o relacionamento entre diferentes profissionais, mostrando que o trabalho de um reflete diretamente na continuidade do projeto do outro.

Hoje, até pela velocidade das informações dentro de uma empresa, a tendência é sermos mais imediatistas e abandonarmos o pensamento coletivo; o foco é resolver. Entretanto, o sucesso de uma ação se dá, principalmente, quando conseguimos prever, planejar e executar. Uma equipe deve ser incentivada a imaginar possíveis cenários e desenvolver planos de ação. Afinal, somos todos parte de uma cadeia de relacionamentos. Já dizia o velho e sábio ditado popular: “Uma andorinha não faz verão.”

Já falamos de treinamento, educação, engajamento e diversidade, mas a ética dentro das organizações é crucial para o crescimento da sociedade, já que às vezes passamos mais tempo na empresa do que com nossos familiares. Por isso, o mundo corporativo tem o desafio de difundir processos éticos. Agir com integridade, honrar compromissos, buscar a excelência em tudo o que fazemos é garantia da realização profissional. Para ser referência em sustentabilidade, uma companhia tem de possibilitar um ambiente saudável, mas não podemos esquecer que nós somos os transformadores dentro e fora de uma empresa.

Na AES Brasil, corporação do setor de energia, por exemplo, o desenvolvimento dessas competências está embutido no Planejamento Estratégico Sustentável da companhia, enraizado na governança do grupo. Outros destaques são a liderança por princípio, na qual estão implícitos ética e valores, e a disciplina na execução dos processos. Para uma empresa que lida com prestação de serviço básico e essencial à população, excelência e comprometimento são uma espécie de linha mestra e alicerce para os negócios.

E então, Recursos Humanos estão de mãos dadas com a sustentabilidade?

Ricardo Silvarinho é diretor de Recursos Humanos da AES Brasil.

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