Panamá a pleno vapor

Panamá a pleno vapor


Por Fábio Congiu
 

Com a taxa de desemprego em torno de 4,2% e a de crescimento na casa dos 10%, em 2011, o cenário panamenho desafia os reflexos da crise financeira global. Arranha-céus, autopistas, metrô, esgoto, renovações urbanas e dezenas de canteiros de obras por toda a Cidade do Panamá garantem o desenvolvimento acelerado que, nos últimos anos, já rendeu à capital o apelido de “Dubai Latina”. E as iniciativas sustentáveis do empresariado têm representado a marca dos novos tempos.

Desde 1999, quando se encerrou o período de controle americano sobre o Canal do Panamá, o país iniciou um processo de expansão rápida. A pressa justifica-se pelas condições, ainda presentes, de seu mais importante centro político-financeiro-turístico: trânsito caótico (faltam opções de transporte público e vias para desafogar o tráfego), favelas sobre palafitas, saneamento zero, biomas poluídos, mão de obra desqualificada.

O ritmo do progresso na capital panamenha tem sido ditado, em boa medida, pela construtora brasileira Odebrecht, responsável pela construção da primeira estação de saneamento, da Linha Um do metrô e do programa-referência de renovação urbana, social e ambiental da favela de Curundú.

“Os clientes não são apenas os Ministérios que nos contratam, mas as comunidades com quem vamos nos relacionar”, afirma Julio Lopes Ramos, diretor de contrato do Projeto Curundú.

A obra visa beneficiar inicialmente seis dos 20 mil curundenhos em condições precárias com a construção de 63 edifícios (um total de 1.008 apartamentos de 48,5 metros quadrados cada) e um plano de renovação socioambiental.

Os diferenciais desse processo estão na capacitação e contratação dos próprios moradores, no diálogo constante entre empresa, comunidade e líderes comunitários e nas atividades recreativas e educacionais. A meta não é só retirar famílias de suas casas, alocá-las em contêineres, construir edifícios e recolocá-las em conjuntos habitacionais; mas, sim, envolvê-las no processo de qualificação de suas próprias vidas.

Instalada em território de mangue, a obra de saneamento promete replantar e proteger o dobro da área impactada em regiões atualmente prejudicadas pelo desmatamento ilegal, recuperando a qualidade da baía panamenha por meio do tratamento de esgoto. Além disso, convertidos em calor e eletricidade, os resíduos gerados na estação devem produzir 18% da energia necessária ao seu próprio funcionamento.

Será entregue ainda a estrutura de um parque urbano dos mangues. Uma passarela de madeira construída no meio da mata servirá como instrumento de sensibilização dos visitantes. A técnica é simples: “Protegeremos um lado para impedir que o lixo lançado no mar continue invadindo o manguezal. O outro fica temporariamente sem conservação. Assim, ao passear pelo parque, o morador vai ver de perto a riqueza da biodiversidade, na área cuidada, e a sujeira resultante de suas atitudes, na outra”, explica Francisco Martins, gerente de Sustentabilidade da Odebrecht.

Já para os funcionários da Linha Um do metrô, segurança no trabalho, saúde e meio ambiente tem sido temas de incontáveis horas de treinamentos. No início da obra, um evento especial explicou às comunidades do entorno os benefícios desse meio de transporte e a importância do apoio e paciência da população, devido aos transtornos gerados pelas construções – cerca de 20 profissionais compõem a equipe responsável por esse diálogo. Contratados especialmente para orientar pedestres nos desvios de trânsito, muitos idosos conseguiram seu primeiro emprego. A Odebrecht se compromete a revitalizar áreas afetadas pelos trabalhos e a realocar árvores retiradas.

Diálogo, estratégia e responsabilidade corporativa marcam a recente evolução panamenha. O “diagnóstico de sustentabilidade” feito antes de cada obra busca oferecer um desenvolvimento não só numérico, mas qualificado. Promover a economia, os cidadãos e o meio ambiente, ao mesmo tempo, é um desafio que as parcerias público-privadas na Cidade do Panamá têm provado ser possível.

O jornalista Fábio Congiu viajou ao Panamá a convite da Odebrecht.

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